Um poeta em confronto com sua alma. Um criador de lirismos que decide travar um embate com sua verve porque exige voltar a viver. Mas o que está em questão não é um óbvio voltar a viver. O que esse criador quer não é a existência terrena, tão simples, tão banal. Em cena, um poeta que implora a sua alma para voltar a viver na memória das pessoas. Todo esse conflito e toda essa atmosfera é o enredo do espetáculo “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo”, escrita pelo dramaturgo Carlos Correia Santos. A peça mergulha no legado poético do escritor paraense Antônio Tavernard, cujo centenário de nascimento foi comemorado no ano passado. Com produção executiva de Márcio Mourão e trazendo no elenco os atores Vaneza Oliveira e Luis Girard, a montagem estreia no Espaço Cuíra nesta sexta-feira, às 21h, será apresentada no mesmo horário no sábado, data em que se festeja o Dia do Poeta e da Poesia, e terá uma última apresentação no domingo, às 20h. A temporada tem o apoio das Velas Cigana. O projeto de “Duelo do Poeta” foi um dos vencedores do Edital Estadual de Fomento às Artes Cênicas – Prêmio Cláudio Barradas, promovido pela Secult.
No lugar de contar com a assinatura de um grupo, o trabalho é resultado da pesquisa de um coletivo de profissionais do teatro. “A montagem nasceu de uma união de forças, da soma de amigos que se empenharam para trazer a trama para o palco. Não temos o selo de uma companhia. Não somos uma companhia. Para essa montagem, decidimos não ter essa proposta nem quisemos apostar nela. Trata-se de uma reunião de pessoas que resolveram, com muita coragem, prestar esse tributo ao grande Tavernard”, explica Carlos Correia que, junto com Márcio Mourão, também atuou na produção e responde pelo esboço final de encenação e direção da peça.
“Como se trata de um coletivo, desde o início do processo de montagem tivemos a colaboração de mais de um diretor. Vamos apresentar, a partir da sexta, o resultado de toda a intensa e incomum trajetória que teve a produção e montagem desse espetáculo”, explica Márcio Mourão. Uma primeira versão de encenação foi apresentada ao público durante a última Feira Pan-Amazônica do Livro, edição que teve como patrono justamente o poeta que inspira a trama. “Como a Feira do Livro homenageava o Tavernard, pensamos que seria imperdoável não apresentar o espetáculo naquele grande evento. Uma versão da peça foi estruturada e mostrada ao público em duas sessões”, complementa Mourão.
Enredo – Uma incomum e pungente batalha metafórica é o centro da trama criada por Carlos Correia Santos, texto que, em 2005, ganhou menção honrosa no Concurso Literário da Academia Paraense de Letras. Em “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo”, Antônio Tavernard, vivido por Luis Girad, encontra-se, no palco, com sua Alma. O escritor exige que seu alter ego, interpretado por Vaneza Oliveira, explique a razão pela qual ele foi tão sumariamente esquecido pelos leitores. A partir dessa inquietação, surge um embate lírico que busca revelar a dor que o descaso provoca a toda memória artística. “O centro do espetáculo é a palavra. Essa versão final de encenação a que chegamos, mais que tudo, privilegia a palavra. Bem maior de um poeta”, indica Márcio Mourão.
“Antônio Tavernard é um dos mais importantes autores do nosso acervo literário. Um poeta único, genial, atemporal. E, no entanto, o senso comum pouco ou nada o conhece. A casa em que ele nasceu, em Icoaraci, está em ruínas, abandonada. Bandidos moram no que resta do lugar. As ruínas da casa desse artista representam as ruínas da nossa memória cultural. É o que está acontecendo também com os restos do Teatro São Cristóvão”, desabafa Carlos Correia. E ele arremata: “No texto, tomo a liberdade de colocar na boca do Tony a seguinte frase: quando um poeta morre e é esquecido, esquecemos e deixamos morrer o poeta que pode existir em todos nós”.
Serviço: “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo”, de Carlos Correia Santos. Com Luis Girard e Vaneza Oliveira. Prêmio Cláudio Barradas (Secult). Apoio: Velas Cigana. Produção Executiva: Márcio Mourão. Luz e sonoplastia: Nelson Borges. Dias 13 e 14, às 21h, e dia 14, às 20h. No Espaço Cuíra, que fica na 1º de Março, nº 524. Ingressos: R$ 20,00, inteira, e R$10,00 meia.
No lugar de contar com a assinatura de um grupo, o trabalho é resultado da pesquisa de um coletivo de profissionais do teatro. “A montagem nasceu de uma união de forças, da soma de amigos que se empenharam para trazer a trama para o palco. Não temos o selo de uma companhia. Não somos uma companhia. Para essa montagem, decidimos não ter essa proposta nem quisemos apostar nela. Trata-se de uma reunião de pessoas que resolveram, com muita coragem, prestar esse tributo ao grande Tavernard”, explica Carlos Correia que, junto com Márcio Mourão, também atuou na produção e responde pelo esboço final de encenação e direção da peça.
“Como se trata de um coletivo, desde o início do processo de montagem tivemos a colaboração de mais de um diretor. Vamos apresentar, a partir da sexta, o resultado de toda a intensa e incomum trajetória que teve a produção e montagem desse espetáculo”, explica Márcio Mourão. Uma primeira versão de encenação foi apresentada ao público durante a última Feira Pan-Amazônica do Livro, edição que teve como patrono justamente o poeta que inspira a trama. “Como a Feira do Livro homenageava o Tavernard, pensamos que seria imperdoável não apresentar o espetáculo naquele grande evento. Uma versão da peça foi estruturada e mostrada ao público em duas sessões”, complementa Mourão.
Enredo – Uma incomum e pungente batalha metafórica é o centro da trama criada por Carlos Correia Santos, texto que, em 2005, ganhou menção honrosa no Concurso Literário da Academia Paraense de Letras. Em “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo”, Antônio Tavernard, vivido por Luis Girad, encontra-se, no palco, com sua Alma. O escritor exige que seu alter ego, interpretado por Vaneza Oliveira, explique a razão pela qual ele foi tão sumariamente esquecido pelos leitores. A partir dessa inquietação, surge um embate lírico que busca revelar a dor que o descaso provoca a toda memória artística. “O centro do espetáculo é a palavra. Essa versão final de encenação a que chegamos, mais que tudo, privilegia a palavra. Bem maior de um poeta”, indica Márcio Mourão.
“Antônio Tavernard é um dos mais importantes autores do nosso acervo literário. Um poeta único, genial, atemporal. E, no entanto, o senso comum pouco ou nada o conhece. A casa em que ele nasceu, em Icoaraci, está em ruínas, abandonada. Bandidos moram no que resta do lugar. As ruínas da casa desse artista representam as ruínas da nossa memória cultural. É o que está acontecendo também com os restos do Teatro São Cristóvão”, desabafa Carlos Correia. E ele arremata: “No texto, tomo a liberdade de colocar na boca do Tony a seguinte frase: quando um poeta morre e é esquecido, esquecemos e deixamos morrer o poeta que pode existir em todos nós”.
Serviço: “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo”, de Carlos Correia Santos. Com Luis Girard e Vaneza Oliveira. Prêmio Cláudio Barradas (Secult). Apoio: Velas Cigana. Produção Executiva: Márcio Mourão. Luz e sonoplastia: Nelson Borges. Dias 13 e 14, às 21h, e dia 14, às 20h. No Espaço Cuíra, que fica na 1º de Março, nº 524. Ingressos: R$ 20,00, inteira, e R$10,00 meia.
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