sábado, 26 de fevereiro de 2011

JOANA FAZ CONFISSÕES PARA ENEIDA




Reproduzo, abaixo, o post feito por Joana Vieira em seu blog


Minha querida, receba o imenso obrigado de toda a equipe de EU ME CONFESSO ENEIDA.

O texto:

E hoje, eu visitei o teatro Waldemar Henrique, na Praça da República, para assistir à peça cuja dramaturgia é da conta do amigo Carlos Correia Santos. Estranho ir à Praça na sexta-feira, à noite, quando o apego é pelo domingo, quando acontece a feirinha do artesanato. O teatro fica no centro da Praça e lá dentro batia um coração mais paraense do que o meu: o de ENEIDA DE MORAES! E para interpretá-la outros três corações que dividiam o palco e o coração da gente: um aos gritos me mostra uma mulher ousada, sombria e cheia de ideologias; outro, uma poetisa carnavalesca, colorida e alegre.e o último me dizia do seu lado que eu mais gosto, a escrita, as ideias, as palavras. Era ENEIDA, a mais nobre moradora do Rio de Janeiro de coração paraense e linguajar igual ao nosso. Ela estava ali, forte, firme e tensa.

Suas facetas mexeram comigo e com o público calado e quieto aconchegado nos bancos e lembranças de uma Belém só nossa. Na pele das três atrizes, nosso coração sentiu saudade de um tempo descrito pela escritora e que hoje já não existe mais. Tudo lindo e saudosista, das frases decoradas e interpretadas pelas mulheres no palco à voz da própria poetisa que surgia nos invadindo e causando lágrimas.

Os diretores pegaram pesado, dos sons de passarinhos ao batuque de tambores que nos transportavam para uma Belém antiga, meio floresta, meio mística, meio ENEIDA!

O dramaturgo pegou pesado, da luz ao trio se engalfinhando numa luta entre personalidades internas que dividiam uma mulher e geravam os seus conflitos introspectivos. MUITO BOM! MUITO LINDO! Enriquecedor, informativo e reflexivo. ADOREI, AMORES! PARABÉNS!

“Eu morro, mas morro com raiva”

No papel da protagonista: Marta Ferreira, Elisângela Vasconcelos e Rosa Marina, que encarnam, respectivamente, o lado político, intelectual e carnavalesco de Eneida.

Os diretores Edson Chagas e Leandro Haick.

“EU ME CONFESSO ENEIDA” foi vencedora do edital Cláudio Barradas de Fomento ao Teatro, promovido pelo Governo do Estado do Pará via Secretaria de Cultura.

Manteremos as rugas: elas contam nosso destino.

UM POUCO MAIS SOBRE ENEIDA...
Eneida de Moraes nasceu em Belém do Pará no dia 23 de outubro de 1904. Jornalista, escritora, foi uma das mais profundas conhecedoras do carnaval brasileiro. Formada em odontologia, logo trocou seu consultório para se tornar colaboradora em jornais e revistas, o que possibilitou sua estreia como autora. Entrou na militância política e foi presa em 1935 por defender principalmente a inclusão social. A autora faleceu em abril de 1971, na cidade do Rio de Janeiro.

Na peça, segundo Carlos Correia, o episódio mais marcante aconteceu na década de 30, quando filiou-se ao Partido Comunista e se posicionou abertamente contra a ditadura de Getúlio Vargas. Por esta razão, foi presa várias vezes e brutalmente torturada no cárcere.

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