Uma nova roupagem para um dos mais bem sucedidos projetos teatrais nortistas. Depois de circular por várias cidades brasileiras numa montagem formal, a peça “Nu Nery”, de Carlos Correia Santos, será apresentada em Belém com estética diferenciada. O texto será mostrado ao público da capital paraense sob a forma de leitura dramática nesta segunda, dia 14, a partir das 20h, no Teatro Margarida Schivasappa, no Centur. A entrada é franca. O evento faz parte da programação da “Semana Ismael Nery – Oitenta Anos Exposto de Belém para o Mundo”, realização do Governo do Estado do Pará, através da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (Diretoria de Leitura e Informação / Sistema Estadual de Bibliotecas do Pará). O empreendimento tem apoio cultural do Espaço Atores em Cena.
O elenco da leitura contará com os atores Luiz Fernando Vaz, Luis Girard e Vaneza Oliveira. A direção é de Stéfano Paixão. A iluminação é de Kleber Farias. Inspirada na obra de Wagner, a sonoplastia é assinada por Dan Vitória. “Vamos apresentar um conceito bem diferente para obra. A proposta da leitura dramática é bastante interessante porque aproxima a platéia do universo dos bastidores de uma montagem. É uma estética mais despojada, mas ainda assim cênica”, detalha o diretor Stéfano Paixão.
ENREDO
Parte do projeto “Figuras Entrelaçadas” e obra vencedora do Prêmio IAP de Literatura, “Nu Nery” gira em torno do enigmático e instigante triângulo intelectual formado por Ismael, sua esposa Adalgisa Nery – outro grande vulto histórico nacional – e Murilo Mendes. “A relação paradoxal de simbiose e dispersão que havia entre esses três era apaixonante”, revela Carlos Correia Santos. Ele conta ainda que Adalgisa fugiu de casa aos dezesseis anos para casar com Ismael. “Ela amou aquele homem serena e violentamente até o fim”. Murilo, ao seu tempo, foi o guardião do acervo do artista plástico. “Ele recolhia do lixo as telas que o amigo, nas explosões de temperamento, jogava fora. Se agora conhecemos o talento de Ismael, devemos isso a Murilo”.
ANTES E DEPOIS
A leitura cênica de “Nu Nery” será precedida, nesta segunda-feira, por um sarau no qual a poeta Josette Lassance dirá para o público poemas surrealistas escritos por Ismael já perto de sua morte. São textos raros, bastante aplaudidos pela crítica. O recital acontece às 19h, no hall Benedicto Monteiro. A programação também contará com a exibição do programa “Regatão Cultural”, produzido pela TV Cultura em homenagem a Ismael.
A programação da Semana Ismael Nery vai até sexta-feira e trará também leitura dramática do texto “Alma Imaginária” (terça, 15h, na Biblioteca Arthur Vianna), ciclo de palestras e a estreia do mini-espetáculo “”I.N.01 – Ismael e Três Traços” (de 16 a 18, no Líbero Luxardo).
ISMAEL E A EXPOSIÇÃO
Ismael Nery nasceu em Belém no dia 09 de outubro de 1900, filho de Marieta Macieira e o do médico Ismael Nery. Ainda menino, mudou-se para o Rio de Janeiro e logo começou a viver tragédias pessoais. Perdeu o pai e o único irmão muito cedo. Por conta de tantas fatalidades, sua mãe mergulhou num processo de esquizofrenia que perturbaria o artista por longos anos. A imagem da loucura estaria estampada em muitas de suas telas. Talentoso desde muito jovem, foi aluno da tradicional Escola Nacional de Belas Artes, onde também estudara o paraense Theodoro Braga. Irrequieto, Ismael foi mais de uma vez à Europa e teve a chance de se aproximar de lendas como Picasso, Léger, Max Ernst, Chagall e André Breton. Em especial o contato com este último fez com que Nery se transformasse em um dos introdutores do surrealismo na Arte Brasileira.
Em setembro de 1929, o artista decidiu fazer sua primeira grande exposição em Belém. Montada no hall do Palace Theatre, do antigo Grande Hotel, a mostra foi recebida com certa indiferença pelos paraenses. Eneida de Moraes, Bruno de Menezes e alguns outros poucos intelectuais nortistas souberam compreender a genialidade do pintor. Em nível nacional, seu traço inovador contou com a admiração de Mário de Andrade e as mais severas críticas de Oswald de Andrade. Tido como “artista maldito”, Ismael foi diagnosticado como tuberculoso em 1930. No fim da vida, começou a escrever versos livres e poemas em prosa. Textos angustiantemente belos. Em dezembro de 1933, seu estado de saúde se agrava e, por fim, no dia 06 de abril de 1934, o artista morre. Hoje, Ismael Nery é festejado como um dos maiores mestres do Modernismo Brasileiro.
O elenco da leitura contará com os atores Luiz Fernando Vaz, Luis Girard e Vaneza Oliveira. A direção é de Stéfano Paixão. A iluminação é de Kleber Farias. Inspirada na obra de Wagner, a sonoplastia é assinada por Dan Vitória. “Vamos apresentar um conceito bem diferente para obra. A proposta da leitura dramática é bastante interessante porque aproxima a platéia do universo dos bastidores de uma montagem. É uma estética mais despojada, mas ainda assim cênica”, detalha o diretor Stéfano Paixão.
ENREDO
Parte do projeto “Figuras Entrelaçadas” e obra vencedora do Prêmio IAP de Literatura, “Nu Nery” gira em torno do enigmático e instigante triângulo intelectual formado por Ismael, sua esposa Adalgisa Nery – outro grande vulto histórico nacional – e Murilo Mendes. “A relação paradoxal de simbiose e dispersão que havia entre esses três era apaixonante”, revela Carlos Correia Santos. Ele conta ainda que Adalgisa fugiu de casa aos dezesseis anos para casar com Ismael. “Ela amou aquele homem serena e violentamente até o fim”. Murilo, ao seu tempo, foi o guardião do acervo do artista plástico. “Ele recolhia do lixo as telas que o amigo, nas explosões de temperamento, jogava fora. Se agora conhecemos o talento de Ismael, devemos isso a Murilo”.
ANTES E DEPOIS
A leitura cênica de “Nu Nery” será precedida, nesta segunda-feira, por um sarau no qual a poeta Josette Lassance dirá para o público poemas surrealistas escritos por Ismael já perto de sua morte. São textos raros, bastante aplaudidos pela crítica. O recital acontece às 19h, no hall Benedicto Monteiro. A programação também contará com a exibição do programa “Regatão Cultural”, produzido pela TV Cultura em homenagem a Ismael.
A programação da Semana Ismael Nery vai até sexta-feira e trará também leitura dramática do texto “Alma Imaginária” (terça, 15h, na Biblioteca Arthur Vianna), ciclo de palestras e a estreia do mini-espetáculo “”I.N.01 – Ismael e Três Traços” (de 16 a 18, no Líbero Luxardo).
ISMAEL E A EXPOSIÇÃO
Ismael Nery nasceu em Belém no dia 09 de outubro de 1900, filho de Marieta Macieira e o do médico Ismael Nery. Ainda menino, mudou-se para o Rio de Janeiro e logo começou a viver tragédias pessoais. Perdeu o pai e o único irmão muito cedo. Por conta de tantas fatalidades, sua mãe mergulhou num processo de esquizofrenia que perturbaria o artista por longos anos. A imagem da loucura estaria estampada em muitas de suas telas. Talentoso desde muito jovem, foi aluno da tradicional Escola Nacional de Belas Artes, onde também estudara o paraense Theodoro Braga. Irrequieto, Ismael foi mais de uma vez à Europa e teve a chance de se aproximar de lendas como Picasso, Léger, Max Ernst, Chagall e André Breton. Em especial o contato com este último fez com que Nery se transformasse em um dos introdutores do surrealismo na Arte Brasileira.
Em setembro de 1929, o artista decidiu fazer sua primeira grande exposição em Belém. Montada no hall do Palace Theatre, do antigo Grande Hotel, a mostra foi recebida com certa indiferença pelos paraenses. Eneida de Moraes, Bruno de Menezes e alguns outros poucos intelectuais nortistas souberam compreender a genialidade do pintor. Em nível nacional, seu traço inovador contou com a admiração de Mário de Andrade e as mais severas críticas de Oswald de Andrade. Tido como “artista maldito”, Ismael foi diagnosticado como tuberculoso em 1930. No fim da vida, começou a escrever versos livres e poemas em prosa. Textos angustiantemente belos. Em dezembro de 1933, seu estado de saúde se agrava e, por fim, no dia 06 de abril de 1934, o artista morre. Hoje, Ismael Nery é festejado como um dos maiores mestres do Modernismo Brasileiro.
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