O espetáculo teatral “Solo de Marajó” estreia no teatro do CCBEU nesta sexta-feira, dia 12, para uma nova temporada de três finais de semana, que prossegue até o dia 28, sempre de sexta a domingo, às 21 horas. Em cena, o ator Cláudio Barros narra sozinho, e com um mínimo de recursos cênicos, cinco pequenas histórias extraídas do romance “Marajó”, o segundo da saga amazônica escrita pelo paraense Dalcídio Jurandir.
O espetáculo estreou no ano passado durante a Feira Panamazônica do Livro e depois fez temporada no Cine Teatro Líbero Luxardo, do Centur. A montagem tem direção de Alberto Silva Neto, dramaturgia de Carlos Correia Santos, assistência de direção de Papi Nunes, cenografia de Nando Lima, iluminação de Tarik Coelho e produção executiva de Sandra Condurú.
O espetáculo estreou no ano passado durante a Feira Panamazônica do Livro e depois fez temporada no Cine Teatro Líbero Luxardo, do Centur. A montagem tem direção de Alberto Silva Neto, dramaturgia de Carlos Correia Santos, assistência de direção de Papi Nunes, cenografia de Nando Lima, iluminação de Tarik Coelho e produção executiva de Sandra Condurú.
No início do processo, Cláudio, Alberto e Carlos resolveram escolher fragmentos do romance que possuíssem estrutura narrativa e personagens interessantes. De nove trechos selecionados inicialmente, cinco compuseram a dramaturgia final do espetáculo. São histórias que transitam do lirismo à crueldade, revelando um retrato multifacetado das relações humanas de quem vive mergulhado nos confins da Amazônia.
“Solo de Marajó” é um espetáculo simples, no qual a cenografia, a iluminação e o figurino são neutros e buscam ressaltar a presença do ator, o elemento mais importante desta encenação. Para criar este solo e narrar as histórias ficcionais de Dalcídio, Cláudio Barros partiu de um repertório de ações físicas que resultaram do ato de contar histórias pessoais e também gerou ações e sonoridades induzidas por descrições de lugares, sons e cheiros contidas na obra.
DALCÍDIO JURANDIR – Criador do Ciclo do Extremo Norte, conjunto de romances que retratam a realidade social do homem da Amazônia, Dalcídio Jurandir nasceu na Vila de Ponta de Pedras, Ilha do Marajó (PA), em 10 de janeiro de 1909, filho de Alfredo Pereira e Margarida Ramos. Em 1927, viajou para o Rio de Janeiro, a bordo do navio Duque de Caxias. Na capital carioca, enfrentou várias dificuldades. Foi lavador de pratos no Café e Restaurante São Silvestre. Conseguiu, após um breve tempo, o lugar de revisor, sem remuneração, na revista "Fon-Fon". Voltou a Belém no mesmo navio, tendo aproveitado a viagem para ler livros de clássicos portugueses e de poetas nacionais.
Em 1940, foi agraciado com o Prêmio Dom Casmurro de Literatura, concedido pelo jornal de mesmo nome e pela Editora Vecchi, com o romance "Chove nos Campos de Cachoeira". Faziam parte do júri, entre outros, Oswald de Andrade, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Álvaro Moreira. Em 1945 e 1946, fez parte da redação do jornal “Tribuna Popular” e colaborou nos periódicos “O Jornal”, “A classe operária” e na revista “O Cruzeiro”. No ano seguinte, o livro “Marajó” foi editado pela Livraria José Olympio Editora. Em 1972, a Academia Brasileira de Letras concedeu ao autor o Prêmio Machado de Assis de Literatura, pelo conjunto de sua obra, que lhe foi entregue por Jorge Amado. No dia 16 de junho de 1979, o escritor faleceu na cidade do Rio de Janeiro.
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