terça-feira, 25 de setembro de 2012

CARLOS CORREIA SANTOS É CONVIDADO DA PROGRAMAÇÃO DA FEIRA PAN-AMAZÔNICA DO LIVRO



Trajetória de Carlos Correia Santos será tema de Encontro Literário na Feira do Livro em Belém
 
Autor de textos teatrais apresentados com grande êxito dentro e fora de Belém, escritor também atua como poeta, contista e romancista.

A carreira do escritor Carlos Correia Santos será tema do Encontro Literário que acontecerá dentro da programação da XVI Feira Pan-Amazônica do Livro, nesta segunda, dia 24, das 17h30 às 18h30, no Auditório Dalcídio Jurandir, no segundo andar do Hangar Centro de Convenções. A mediação será feita por Joice Santos. Correia, que é autor de bem sucedidos espetáculos teatrais, como “Acorde Margarida”, “Batista”, “Ópera Profano”, “Perfídia Quase Perfeita” (montada em São Paulo pela Cia. Fé Cênica), “O Assassinato de Machado de Assis” (recentemente apresentada em Belém com imenso sucesso) e de premiados romances como “Senhora de Todos os Passos” (vencedor do Premio IAP) e “Velas na Tapera” (que conquistou o Prêmio Dalcídio Jurandir e foi lançado em Lisboa), falará sobre sua trajetória e processos de criação. A entrada é gratuita.

“Estou sinceramente emocionado, muito feliz mesmo por poder partilhar questões sobre minha lida na escrita numa vitrine tão grande e importante como a Pan-Amazônica. Estou envolvido com a Feira há muitos anos, como produtor e apresentador, outra faceta do meu trabalho. Agora me sento diante da plateia para falar um pouquinho sobre minha história. Só posso agradecer à coordenação do evento”, afirma Carlos que, depois do bate papo, vai autografar seus livros publicados pela Giostri Editora, de São Paulo.

BIOGRAFIA

O poeta, contista, cronista, dramaturgo, roteirista e romancista Carlos Correia Santos tem feito da diversidade uma grande marca de sua carreira. É escritor vencedor do Prêmio IAP de Edições Literárias 2011 na categoria romance (Prêmio Haroldo Maranhão) com a obra “Senhora de Todos os Passos” e do Prêmio Dalcídio Jurandir 2008, na categoria romance, com a obra "Velas na Tapera", concurso de vulto nacional criado para celebrar o centenário do romancista Dalcídio Jurandir.

“Velas na Tapera” foi lançado em Lisboa, em 2011, num concorrido evento na Fnac Chiado. A obra tem prefácio assinado pelo célebre romancista José Louzeiro, autor de clássicos como “Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia” e “Pixote”. “Velas” foi também transformado em e-book pela Pubon Comunicação e está à venda na Amazon.com da Alemanha, França e Reino Unido.

É autor do premiado livro de poemas “O Baile dos Versos”, obra que ganhou especial saudação da Academia Brasileira de Letras, em 1999. Também são de sua autoria as obras “Poeticário” (poemas), “No Último Desejo a Carne é Fria” (coletânea de contos), “Nu Nery” (teatro), Ópera Profano (teatro / Prêmio Cidade de Manaus) e “Batista” (teatro).

Como escritor na área de artes cênicas, coleciona importantes láureas regionais e nacionais, como a tripla classificação no Edital Estadual de Fomento às Artes Cênicas 2008, da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Prêmio Cláudio Barradas) com os espetáculos “Adoro Theodoro”, “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo” e “Uma Flor Para Linda Flora”, o Prêmio IAP de Edições Culturais Categoria Dramaturgia (2008), o Prêmio IAP de Literatura Categoria Teatro (2004), o Prêmio Funarte de Dramaturgia por três anos consecutivos (2003, 2004 e 2005), o Prêmio Funarte Petrobras de Fomento ao Teatro (2005) e o Prêmio Funarte Petrobras de Circulação Nacional (2006). Foi duas vezes classificado no concorrido Edital Seleção Brasil em Cena do Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro. Em 2007, participou do projeto com sua peça “Perfídia Quase Perfeita” e, em 2011, com seu texto “Um É Multidão”, que conquistou o segundo lugar geral no concurso.

Incluídos no Catálogo da Dramaturgia Brasileira da renomada autora Maria Helena Kühner (iniciativa detentora do Prêmio Shell), seus textos teatrais já ganharam diversas montagens e já foram apresentados em Belém, São Luís, Natal, Recife, Camaçari, Piracicaba, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília.

Suas peças já foram traduzidas para o francês e espanhol. Importantes artistas brasileiros, como Stella Miranda (que interpretou a síndica do humorístico "Toma La, Dá Cá" e “Loucanda”, em “Aquele Beijo”, ambas de Miguel Falabella e exibidos na TV Globo), e Gilberto Gawroski já assinaram direção de suas obras.

Em 2009, foi o autor vencedor da categoria dramaturgia, com o texto “Não Conte com o Numero Um No Reino de Numesmópolis”, do III Concurso Literatura para Todos, promovido pelo Ministério da Educação.

Suas dramaturgias hoje são publicadas pela Giostri Editora, de São Paulo. Treze dramaturgias suas foram transformadas em livro pela editora paulista. Destaque para a obra “Trinos Titãs”, que tem prefácio assinado por Dira Paes.

A intensa dedicação à escrita teatral lhe garantiu destaque na matéria “Teatro de Vencedores”, escrita pela conceituada jornalista paulista Beth Néspoli e publicada na capa do Segundo Caderno, do Estadão.

Integra o projeto nacional TR3S Poeticaos ao lado do escritor e cineasta pernambucano Sidney Nicéas e do cantor e compositor paranaense Carlos Canteri. O projeto reúne artistas de três regiões brasileiras diferentes para divulgar a pluralidade da poética brasileira. Carlos Correia representa a região Norte. Sidney Nicéas representa a região Nordeste e Carlos Canteri representa a região sul. O trio faz, pelo país, saraus com declamações, performances teatrais e musicais e ainda exibição de vídeos. 

Já foi convidado para participar de importantes projetos nacionais de fomento e divulgação da Literatura, como o “Sempre Um Papo”, de Minas Gerais, e o “Lê Pra Mim”, coordenado pela atriz Sonia de Paula e pelo escritor Marcelo Aouilla. O “Lê Pra Mim” percorrer cidades do Brasil, convidando personalidades para lerem livros infantis para estudantes da rede pública de ensino. Nomes importantes já integraram a ação, como Fátima Bernardes, Marília Gabriela e Reynaldo Gianecchini. Correia participou da iniciativa ao lado da atriz Rosamaria Murtinho.

No cinema, foi agraciado com o Prêmio do Edital Curta Criança do Ministério da Cultura. Também violinista e letrista, Correia é parceiro de importantes nomes da música nortista, como Nilson Chaves e Lucinha Bastos. MBA em Jornalismo e Gestor e Produtor de Eventos Culturais, formado pela Universidade da Amazônia, já coordenou diversos e bem sucedidos projetos de fomento à leitura na região Norte, como o “Café com Verso e Prosa” e o “Estrada de Letras”. É presidente da ONG Companhia Amazônica do Livro. Assinou a seção Contando Um Conto, no jornal paraense O Liberal (um dos maiores da região Norte) e Portal ORM. Foi colaborador, com seus contos, do jornal O Estado do Acre e dos sites BV News (Roraima), Amapá Digital (Amapá), Manaus On Line (Manaus), Madeira On Line (Rondônia) e Timor On Line (Timor Leste). 

ALGUNS TESTEMUNHOS

“A obra de Carlos Correia Santos ousa para além do exímio jogo cênico proposto aos atores e direção. Sem dúvida, proporciona a possibilidade de grandes voos de interpretação e montagem, dada a riqueza e singularidade” (Dira Paes, atriz)

“Seu teatro prima pela criatividade e expressividade do texto. Sem nenhum exagero e muito menos bajulação, eu o considero um dos maiores talentos da nova dramaturgia brasileira” (José Louzeiro, célebre romancista brasileiro, autor de obras como “Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia”)

“Carlos Correia Santos é pombo correio da poesia. Por isso tem a palavra poeta tatuada na palma da mão”. (Mano Melo, ator e poeta, fez parte do projeto Ver o Verso, ao lado de Pedro Bial).

“Um criador profundo, com forte, rara e inegável vocação para a dramaturgia (...) merece todo o apoio que lhe possa ser dado pelas entidades e pessoas interessadas na arte e na cultura do Brasil”. (Joaquim Assis, roteirista dos filmes “O Toque do Oboé” com Paulo Betti, “For All – O Trampolim da Vitória”, com Betty Faria e José Wilker e “Villa-Lobos: Uma Vida de Paixão”, com Antônio Fagundes e Marcos Palmeira)

“Da complexidade do ser, da própria solidão e solidariedade do ser humano, da sua simplicidade e estranheza, são realizados os textos de Carlos Correia Santos, seja na poesia, nos contos ou no teatro. Sua dedicação à cultura e à Arte faz deste autor paraense, deste grande brasileiro, um candidato constante às premiações importantes nas áreas citadas: poesia, ficção, peças teatrais. Assisti com orgulho à premiação obtida por ele no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, em 2006. Carlos Correia Santos destacou-se entre dezenas e dezenas de concorrentes”. (Olga Savary, poeta, contista, tradutora e organizadora de antologias, uma das introdutoras do hai-kai no Brasil)

 “É muito bom ter um parceiro de sua grandeza” (Nilson Chaves, importante cantor e compositor amazônico, parceiro de Carlos Correia Santos e de nomes relevantes para o cenário nacional como Zeca Baleiro).

 “Também a minha admiração (...) pelo seu trabalho se renova sempre e cada alegria sua é de todos nós que amamos o verde dessas folhas e o barrento desses rios”. (Vital Lima, importante cantor e compositor amazônico, parceiro de nomes relevantes para o cenário artístico nacional como Hermínio Bello de Carvalho)

ESPETÁCULO DE CARLOS CORREIA CONQUISTA GRANDES PLATEIAS NO SESC BOULEVARD


Nova temporada de “O Assassinato de Machado de Assis” mobiliza imenso público em Belém

Peça de Carlos Correia Santos, montada pelo Coletivo Parla Palco, foi tão aclamada que rendeu campanha na internet pedindo novas temporadas

Sucesso absoluto. Palavras que definem a recente temporada que o espetáculo O ASSASSINATO DE MACHADO DE ASSIS, de Carlos Correia Santos, cumpriu no Sesc Boulevard, em Belém, de 20 a 23 de setembro. As sessões da montagem tiveram público recorde. Filas imensas, plateias completamente lotadas e pessoas concordando em assistir em pé as apresentações. A mobilização foi tal que uma fã criou uma campanha no Facebook pedindo novas temporadas da peça.

A produção traz no elenco Gustavo Saraiva, Márcio Mourão e Tiago de Pinho, com participação especial do radialista Cleiton César. A direção é de Lú Maués, a sonoplastia original é de Luiz Fernando Vaz, a operação de sonoplastia de Nelson Borges e luz de Wallace Horst. A temporada no Sesc Boulevard contou com o apoio do Espaço Atores em Cena, Revista Pará Mais, Sindifisco Nacional e do professor Geovane Belo. A assessoria e produção de conteúdos são da Parla Página.

O caso que sobe ao palco é bastante espantoso. Ao receber a honraria de se tornar o primeiro imortal das Letras Brasileiras, Machado de Assis ganhou o direito de mergulhar em sua própria obra. Assim, passou a conviver com seus complexos e realísticos personagens. Não sabia o grande risco que estava correndo. Uma de suas criações, com ciúme do sucesso maior de outras, decidiu cravar um punhal em suas costas durante uma visita que o pobre autor fazia ao túmulo de Brás Cubas. Essa é a história que um detetive chamado Queiroz ouve quando decide investigar o que parece absurdo: o assassinato do mestre maior da Literatura Nacional. Sua contratante? Ninguém menos que a célebre Capitu. Ela afirma que teria sido a grande pivô de tamanha atrocidade. Os suspeitos? A inconformada Helena, que foi titular de um romance, mas nunca fez tanto sucesso quanto Capitu. O excêntrico Simão Bacamarte, do conto O Alienista. Não seria ele um grande louco? E por que não suspeitar também de Brás Cubas, sempre tão cáustico? Mas Capitu pode estar mentindo. Afinal, todos sabem que ela tem aquele olhar de cigana obliqua e dissimulada.












 
 


 


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

PEÇAS DE CARLOS CORREIA ESTARÃO EM EVENTO ESPECIAL QUE CONTARÁ COM PARTICIPAÇÃO DE ARTISTA ARGENTINO

Santiago Serrano: convidado especial

Cena do espetáculo "Batista"

Nova versão de "Solo de Marajó" será apresentada

Evento especial traz a Belém renomado dramaturgo de Buenos Aires

Aplaudido em vários países da América Latina, Santiago Serrano é convidado da Nós Outros no I Encontro Dramatúrgico Brasil-Argentina

Um grande intercâmbio entre um extrato da atual cena teatral amazônica e a experiência de um dos mais destacados nomes da dramaturgia latino-americana contemporânea. Esse é o mote principal do I Encontro Dramatúrgico Brasil-Argentina que a Companhia Teatral Nós Outros realiza nos dias 21, 22 e 23 de agosto, no Teatro Cláudio Barradas e na Escola de Teatro e Dança da UFPA. O evento tem como convidado especial o renomado autor e diretor argentino Santiago Serrano. O artista, que estará pela primeira vez em Belém, ministrará a oficina “O Ator e Seu Labirinto” e dirigirá uma leitura dramática de seu texto “Entre Nós” com as atrizes paraenses Rosilene Cordeiro e Iracy Vaz, que será apresentada no encerramento do evento.



O projeto inclui ainda uma mesa redonda sobre História e Teatro (com as participações de Aldrin Figueiredo, Antônio Pantoja, Bene Martins e Jaime Cuellar) e apresentações dos espetáculos “Solo de Marajó” (que reestreia com novas cenas) e “Batista”. Toda programação tem entrada gratuita, incluindo os ensaios abertos da montagem da leitura dramática. O empreendimento tem apoio da ETDUFPA e do ativista social Alex Reis de Menezes. A assessoria é da Parla Página e a produção executiva do ator e diretor Hudson Andrade.



Todo o encontro está ainda aliado a uma iniciativa socialmente responsável, conforme explica Hudson: “O público que vier às diversas atividades programadas está convidado a trazer leite em pó e fraldas descartáveis que serão doados a grupos assistenciais indicados pelo nosso apoiador, Alex Menezes”.



O CONVIDADO



Aclamado por público e crítica de centros culturais como México, Chile e Estados Unidos, o dramaturgo e diretor teatral argentino Santiago Serrano mantém uma intensa relação com o Brasil, onde textos como “Dinossauros”, “A Revolta” e “Eldorado” foram montados com sucesso. Além dos espetáculos, Serrano já excursionou diversas vezes pelo país para ministrar oficinas sobre dramaturgia. Essa será sua primeira vez na região Norte.



No módulo “O Ator e Seu Labirinto”, Santiago trabalhará, em Belém, com artistas da cena que já tenham vivências teatrais e com estudantes avançados. De acordo com o artista, pode-se dizer que o ator, como o camaleão, procura mudar sua forma, seus matizes e texturas, para mimetizar-se com cada um dos personagens que interpreta. “É claro que o ator é um ser humano e não conta com os mecanismos glandulares para conseguir esta mimese com a mesma facilidade que o camaleão”, explica Serrano.



O ato de encarnar cada personagem, segundo Santiago, é um processo árduo e sinuoso para o qual o intérprete utiliza como recursos seu corpo, sua voz e suas emoções. “A oficina, sem descuidar dos primeiros aspectos, vai se concentrar no campo labiríntico das emoções. A proposta é que cada participante possa desafiar a si mesmo, todo o tempo, para assim lograr sua plenitude como artista”, define. Cada participante deverá escolher e decorar um fragmento de monólogo, de no máximo 3 minutos de duração.



OS ESPETÁCULOS



A programação será o palco para uma nova estreia do espetáculo “Solo de Marajó”, que há três anos vem trilhando uma estrada de sucessos em várias cidades paraenses e também na capital paulista. Com direção de Alberto Silva Neto e dramaturgia de Carlos Correia Santos, o monólogo tem Cláudio Barros dando vida aos personagens e dramas criados por Dalcídio Jurandir para o romance “Marajó”. A montagem ganhou três novas cenas e nova estrutura de encenação. O público terá, pela primeira vez, contato com essa nova estruturação da peça no dia 21, às 20h, com entrada franca.



Outro sucesso, também com dramaturgia de Correia, que poderá ser visto no evento é “Batista”, que traz para a cena aspectos biográficos do Cônego Batista Campos, apontado como grande mentor da Cabanagem. A peça tem no elenco Hudson Andrade e Cacau Novais. Será apresentada no dia 22, também às 20h, com entrada franca.



“Entre Nós”, do próprio Santiago Serrano, completa o ciclo de apresentações no dia 23, às 20h, igualmente com entrada franca. O texto que ganhará leitura dramática tem sido apresentado com sucesso em diversas cidades da América Latina. No enredo, duas mulheres se encontram casualmente em um banco de praça e discutem o que é ser mulher com humor, ironia e sentimento. Dois personagens que defendem sua maneira de ver a vida: sexo, família, homens, trabalho, amor. Quase um embate, uma espécie de guerra sem quartel.



MESA



Os pesquisadores Aldrin Figueiredo, Antônio Pantoja, Bene Martins e Jaime Cuellar são os convidados da mesa redonda “História e Teatro: potencial dramatúrgico”, que acontece no dia 23, às 17h, com entrada franca. A História e o Teatro sempre andaram pari passo. Desde as discussões políticas do teatro grego, os dramas históricos de William Shakespeare, a vida dos santos do teatro medieval, o retrato contundente da sociedade brasileira feito por Nelson Rodrigues. Exemplos recentes no Brasil são “Quando Nietzsche Chorou” (com Cassio Scapim no papel-título), “Viver sem tempos mortos”, em que Fernanda Montenegro dá vida a Simone de Beauvoir, e “Vermelho”, trabalho no qual Antônio e Bruno Fagundes trazem ao palco o pintor russo Mark Rothko. No Pará, Nazareno Tourinho, Edyr Augusto e Carlos Correia Santos têm em suas obras as figuras e os acontecimentos que marcaram o povo paraense. A Companhia Teatral Nós Outros, depois de Margarida Schivasappa e o cônego Batista Campos, prepara-se para levar à cena Francisco de Assis. A conferência realizada no encontro discutirá questões como: qual a contribuição da História para a dramaturgia? É necessário ou desejável aferir cientificamente o que se apresenta nos palcos? Quais as potencialidades sociais, educacionais, culturais, políticas da união consciente desses dois polos de ação humana?



Serviço: I Encontro Dramatúrgico Brasil-Argentina. Com participação especial do dramaturgo e diretor argentino Santiago Serrano. Realização: Companhia Teatral Nós Outros. Assessoria: Parla Página. De 21 a 23 de agosto, no Teatro Cláudio Barradas e Escola de Teatro e Dança da UFPA. Entrada franca para todas as programações. Apoio cultural ETDUFPA e Alex Reis de Menezes. Informações: 8199-1322 ou 8822-4453





I ENCONTRO DRAMATÚRGICO BRASIL-ARGENTINA

OFICINAS, MESAS REDONDAS, ENSAIOSABERTOS, ESPETÁCULOS



De 21 a 23 de agosto de 2012



Na Escola de Teatro e Dança da UFPA e no Teatro Cláudio Barradas

Promoção: Companhia Teatral Nós Outros

Assessoria: Parla Página

Produção executiva: Hudson Andrade

Apoio: Alex Reis de Menezes e Escola de Teatro e Dança da UFPA.

Programação totalmente gratuita.



PROGRAMAÇÃO



Oficina: O Ator em Seu Labirinto

Ministrante: Santiago Serrano

Dias 21, 22 e 23 de agosto

Das 9h às 13h



Ensaio aberto: Leitura Dramática “Entre Nós”

Texto e direção: Santiago Serrano

Dias 21, 22 e 23 de agosto

Das 16h às 19h



Mesa Redonda: História e Teatro: Potencial Dramatúrgico

Conferencistas: Aldrin Figueiredo, Antônio Pantoja, Bene Martins, Jaime Cuellar e Santiago Serrano

Mediador: Hudson Andrade

Dia 23 de agosto de 2012.

Das 17h às 19h



Espetáculos



SOLO DE MARAJÓ

Dia 21 de agosto

Às 20h

Teatro Cláudio Barradas – Escola de Teatro e Dança da UFPA

Com Cláudio Barros

Dramaturgia: Carlos Correia Santos

Direção: Alberto Silva Neto

Luz: Iara Regina

Cenografia: Nando Lima.

Produção: Sandra Conduru



BATISTA

Dia 22 de agosto

Às 20h

Teatro Cláudio Barradas – Escola de Teatro e Dança da UFPA

Elenco: Hudson Andrade & Cacau Novais

Dramaturgia: Carlos Correia Santos

Direção: Hudson Andrade

Consultoria de direção: Adriana Cruz

Direção, concepção e operação de luz: Sônia Lopes

Direção musical, trilha sonora e operação de som: Júnior Cabrali

Fotos de divulgação: Brends Nunes

Preparação corporal: Cláudio Temporal

Figurinos concebidos por Hudson Andrade e confeccionados por Mariléia Aguiar

Apoio Institucional: Instituto Universidade Popular – UNIPOP e Casarão do Boneco

Realização: Companhia Teatral Nós Outros

Produção: Parla Página



ENTRE NÓS

Dia 23 de agosto

Às 20h

Teatro Cláudio Barradas – Escola de Teatro e Dança da UFPA

Elenco: Iracy Vaz & Rosilene Cordeiro

Dramaturgia e direção: Santiago Serrano

Ambientação cênica: Hudson Andrade

Iluminação: Sônia Lopes






ROMANCE DE CARLOS CORREIA SANTOS GANHA VERSÃO EM FRANCÊS




O romance VELAS NA TAPERA, de Carlos Correia Santos, está sendo traduzido para o francês por Daniela Cruz e Frédéric Pagès. Abaixo, um texto da versão da obra:

I

La bougie. Allumée. Dans les mains de Rita Flor...La bougie. Brûlant. La parafine chaude degoulinant entre ses doigts. Mais elle? Petrifiée. Une larme unique qui venait sourdant de l’un de ses yeux. Une larme discrète, surgie comme si elle était juste intéressée par l’observation de cette scène quasi sépia. Le son lisse de la pelle creusant la terre était la symphonie du moment. Terêncio ouvrait la fosse comme s’il creusait un trou en lui-même. Il a vu cette petite naître. Maintenant, il aidait à l’enterrer. Certaines choses dans la vie écrivent une eternelle angoisse dans le coeur.

Le crépuscule cheminait sur l’horizon. Et tout, sur le bord du fleuve, semblait s’être arreté pour suivre le mélancolique enterrement de Saninha. Pas la moindre brise. Pas une seule feuille ne bougeait. Debout, à côté de Terêncio, dechaussée, completement vêtue de noir, tenant une bougie allumée, Rita Fleur ne bougeait pas d’un milimètre en son âme. N’oscillait d’aucune émotion. Le regard rivé sur le petit cercueil de bois vert qui contenait sa fille. Un voir qui ne voyait rien. Un voir qui ne voulait rien voir. Un apercevoir vide. Que pouvait dans la vie une femme qui, à l’âge de 18 ans avait perdu son mari? Que pouvait dans la vie une femme qui, à 22 ans perdait sa fille unique à cause d’une maladie sans aucune explication?



Rita Flor et sa larme solitaire. Rita Flor solitaire et sa larme unique...La parafine chaude lui serpentait entre les doigts.

NOVA MONTAGEM DE PEÇA INFANTIL DE CARLOS CORREIA SANTOS ESTREIA EM SESC DE BELÉM


Fábula ambiental romântica dedicada às crianças estreia no Sesc Boulevard
Peça usa o tom da fantástico para aproximar o público infanto-juvenil das reflexões sobre reciclagem e consciência ecológica

Uma embalagem vazia aqui, um sapato velho ali, restos de comida, papel amassado. De tudo isso nasceu Tulho, O Menino de Entulho, que vive sozinho num lixão e deseja muito uma namorada. Da Mãe Natureza e do Meio Ambiente nasceu Linda Flora, a princesa das flores e das plantas. Apaixonada por Tulho, ela lhe dá uma missão: achar a flor mais pura do mundo. Só assim ele se renovará e o casal poderá viver o seu amor. Esse é o enredo do espetáculo infanto-juvenil “Uma Flor para Linda Flora”. Escrita por Carlos Correia Santos, a peça ganhou montagem da Companhia Teatral Nós Outros, com direção geral de Hudson Andrade, e estreia neste domingo, 12, dia dos pais, às 11h, no Sesc Boulevard. Com entrada franca, a fábula poderá ser vista também nos dias 19, 26 de agosto e 02 de setembro, sempre no mesmo horário. No elenco, Jessyka Sampaio, André Ponce de Leão e Nilton Cezar, com participação especial do próprio Hudson.

O trabalho chega ao palco num momento em que uma pauta relevante tem sido discutida: a determinação de que as áreas de lixões deverão ser retiradas das grandes cidades brasileiras. Para Hudson Andrade, aproximar as crianças desse tema significa trabalhar agora para formar novas gerações mais sensilizadas. “Essa é uma fábula moderna que ajuda a pensar numa questão que é fundamental para sociedade. É uma obra que vai encantar crianças e adultos porque fala de ecologia, respeito, responsabilidade e amor”.

Carlos Correia comemora a nova encenação: “Esse texto tem me ofertado muitas alegrias. Já ganhou montagens em outras cidades e está sendo divulgado também fora do Brasil. Fico feliz com o fato dele sempre despertar bastante curiosidade. O que sempre ouço é que essa é uma das poucas obras atuais a fabular a questão da reciclagem. A montagem da Nós Outros promete ser muito interessante, uma vez que vai se valer de recursos interessantes como a manipulação de bonecos e aposta no universo das máscaras”

O trabalho tem direção, concepção e operação de luz de Sonia Lopes. Junior Cabrali assina a direção musical e trilha sonora. As fotos, videos e animações são de Brends Nunes. Andrade criou também a cenografia e os figurinos. As máscaras usadas em cena foram confeccionadas pelo artista Wilker. Aníbal Pacha é responsável pela consultoria para a criação dos adereços. A produção e assessoria é de Parla Página. O espetáculo conta com o apoio do Sesc Boulevard, Revista Pará Mais, Sindifisco e Coletivo Lapidação Poética.

UM POUCO MAIS

Tulho precisará encontrar a flor mais pura do mundo para poder viver seu amor com Linda Flora. Ele precisará se renovar, transformar-se. Ao longo de sua jornada, o menino de entulhos encontrará personagens curiosos como Bom Ar (O ar cheio de gases e com faltade ar), Mister Grama de Grana (um gramado mal tratado que sonha em setransformar em grama de estádio de futebol) e o Rio Que Nunca Mais Rio (córregoque, de tão sujo, chora um mar de lágrimas).
Música, magia e fantasias são os cestos recicladores dos quais saem as cenas deste espetáculo que convida os pequenos, ao lado de seus pais, a reainventarem seus sentimentos sobre o cuidado com ecologia.
Serviço: Uma Flor para Linda Flora. De Carlos Correia Santos. Direção: Hudson Andrade. Realização Companhia Teatral Nós Outros. Dias 12, 19, 26 de agosto e 02 de setembro. Sempre às 11h. Sesc Boulevard. Entrada franca. Informações: 8199-1322. 

COM A ATRIZ FRANÇOISE FOURTON (SÃO PAULO)

SEÇÃO DE AUTÓGRAFOS EM SÃO PAULO (TEATRO AUGUSTA)






ESTREIA DO PROJETO TR3S EM RECIFE













CARLOS CORREIA SANTOS PARTICIPA DE PROJETO NA CAPITAL PERNAMBUCANA


Poeta paraense estreia em Recife projeto que une artistas de regiões diferentes do Brasil
 
O espetáculo TR3S Poeticaos será apresentado na AABB da capital pernambucana, misturando poesia, teatro, cinema e música.

Letras, acordes, cenas. De três regiões diferentes do Brasil. Norte, Nordeste, Sul. Essa é a tônica do empreendimento cultural TR3S Poeticaos, do qual o poeta e dramaturgo paraense Carlos Correia Santos faz parte, ao lado do escritor e cineasta pernambucano Sidney Nicéas e do músico paranaense Carlos Cantari. A estreia oficial nacional do projeto acontece em Recife no próximo dia 23, às 20h, na AABB da capital pernambucana. Na programação, Correia fará também sessão de autógrafos de seu mais novo romance Senhora de Todos os Passos, que tem como pano de fundo a Recife e Olinda dos anos 30, 40, 50 e a Amazônia nos anos 60, 70 e 80. A programação contará ainda com a participação da atriz paraibana Suzy Lopes, do músico pernambucano Bozó Sete Cordas, da dançarina Alessandra Salamanka, da atriz Zezé Andrade e do cantor e compositor paraibano Geovan Morais.

De acordo com os três artistas, TR3S Poeticaos é uma provocativa fusão de gêneros, vertentes e segmentos culturais. O que poderia significar ruídos é justamente o foco da atenção dos criadores. São suas diferentes formações e influências regionais que dão origem a estética intercambiada do empreendimento. 

“Somos um trio que é bem a cara dos nossos tempos. Nós nos conhecemos através das mídias sociais. Percebemos nossas diferenças e vimos que justamente elas eram nosso potencial. Apostamos no intercruzamento de informações e tendências. Somos um retrato do nosso país, ou seja, diversos, particulares e, ainda assim, representamos uma só nacionalidade”, define Carlos Correia.
Sidney Nicéas completa: “Essa iniciativa marca um objetivo triplo. Meu, de Carlos Correia Santos e de Carlos Canteri. O objetivo de integrar diversas artes, também possibilitando a cada um difundir o próprio trabalho. O espetáculo que criamos se pauta pelo improviso. O objetivo do ‘Poeticaos’ é o caos, gerando o novo, fundindo estilos e segmentos artísticos em busca da liberdade que, no final das contas, é um dos grandes conceitos da própria arte”.

Os eventos do projeto são compostos por performances teatrais baseadas nas obras de Carlos Correia Santos e de Sidney Nicéas; exibição do curta-metragem baseado no livro de Sidney Nicéas, “O Rei, a Sombra e a Máscara”; e performance musical baseada no CD “Essences”, de Carlos Canteri.

SÃO PAULO

No início do segundo semestre, dois dos membros do projeto vão se reencontrar, mas em outra cidade. Carlos Correia Santos e Sidney Nicéas fazem hoje parte da mesma editora: a Giostri, sediada em na capital paulista. No dia 04 de agosto, Nicéas e Correia autografam suas obras num grande e especial evento no Teatro Augusta.

“Além da possibilidade de um novo encontro com o meu confrade pernambucano, esse evento em São Paulo será, sem dúvida, um passo bonito e relevante em nossas carreiras. Somos apaixonados pelos nossos Estados e orgulhosos da força cultural deles, mas sabemos também que a capital paulista é um centro cultural difusor importante. Estamos muito felizes e animados”, enfatiza Carlos.
CADA UM

Carlos Correia Santos é paraense, natural de Belém. É apontado hoje como um dos mais premiados dramaturgos da Amazônia, com láureas nacionais e internacionais. Seus textos já conquistaram o Prêmio Funarte Petrobras de Fomento ao Teatro (2005), o Prêmio Funarte Petrobras de Circulação Nacional (2006) e o Edital Seleção Brasil em Cena do Centro Cultural Banco do Brasil. Traduzidas para outros idiomas e incluídos no Catálogo da Dramaturgia Brasileira de Maria Helena Kühner (iniciativa detentora do Prêmio Shell), suas obras teatrais já ganharam montagens de importantes artistas brasileiros, como Stella Miranda (a síndica do humorístico "Toma La, Dá Cá", de Miguel Falabella, exibido na TV Globo). No cinema, foi agraciado com o Prêmio do Edital Curta Criança do Ministério da Cultura. Em 2009, venceu o Prêmio Literatura para Todos do Ministério da Educação. É autor do romance "Velas na Tapera", vencedor do Prêmio Dalcídio Jurandir 2008.

Sidney Nicéas é recifense, relações públicas. Iniciou sua jornada literária em 1995, quando escreveu a peça “Cinzas da Paixão”, encenada na capital pernambucana e em João Pessoa (PB). Em 2004 lançou seu primeiro livro, “O Que Importa é o Caminho”. Em 2008 lançou o Blog De2em2, no qual publica suas crônicas e contos. Em 2010 lançou seu segundo livro, “O Rei, a Sombra e a Máscara”, junto com um curta-metragem homônimo, fazendo eventos de divulgação em várias cidades brasileiras, com sucesso de critica e público. O autor está lançando, atualmente, o seu terceiro livro, chamado “A Grande Ilusão”.

Buscar pela originalidade é uma das grandes prioridades do músico, cantor e compositor Carlos Canteri. Paranaense, natural da cidade de Ponta Grossa, estudou composição musical pelo Musicians Institute, em Los Angeles. Canteri também é poeta e ator. Durante sua jornada nos Estados Unidos, conseguiu bons contatos com grandes músicos como David Ryan Harris (John Mayer Band), Alan White (Yes). Recentemente assinou contrato com a Sony ATV Brazil/Blast Publishing para lançar seu primeiro álbum chamado “Essences”, que conta com o apoio do produtor André Kostta e com a participação especial do produtor Brian Scheuble, que já trabalhou com grandes nomes como Sting, Paul McCartney, Bon Jovi e Elton John.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

NOVO ROMANCE DE CARLOS CORREIA SANTOS É LANÇADO NO IAP

Livro é protagonizado por personagem negra que cruza com personalidades reais, numa poética costura de fatos históricos do Nordeste e da região Norte.

O romance “Senhora de Todos os Passos”, do escritor Carlos Correia Santos foi um dos vencedores do Prêmio IAP de Edições Literárias 2011 (Prêmio Haroldo Maranhão). A obra será lançada no próximo dia 22 de junho, a partir das 19h, no Instituto de Artes do Pará. O livro conta a saga da ousada e espirituosa Maria Xavier, personagem inspirada na avó do autor, uma nordestina que, segundo Correia, fez o anti-êxodo. “Numa época em que a maioria do povo do Nordeste partia rumo ao Sudeste, ele rumou para o Norte. Foi uma mulher fantástica, que teve uma vida cheia de lances espetaculares. Testemunhou o voo do Zepelim, viveu a comoção do assassinato de João Pessoa, esteve perto do universo do cangaço. Foi muito rica e extremamente pobre. Cresci ouvindo as narrativas fabulosas que ela contava. E, justamente por isso, tornei-me escritor. Prometi que, um dia, transformaria os incríveis passos dela em um romance e, para minha grande honra, agora cumpro a promessa”, afirma, emocionado.

A narrativa faz um imenso passeio por episódios importantes da História nordestina e nortista. Do Recife dos anos 20, passando pelas ladeiras de Olinda na década de 50, até o barro da Transamazônica dos idos de 1970, seres fictícios e várias personalidades reais cruzam o infindável caminho de Maria Xavier. Correia transforma em personagens do livro figuras como Bajado, Catulo da Paixão Cearense, Irmã Dulce, Corisco, Dadá, Dulcina de Moraes e até Dorothy Stang. “O enredo vai misturando realidade e fantasia. Exatamente como fazia minha avó. É bem aquilo de contar um conto aumentando os pontos”, diverte-se Carlos. Mas ele completa: “Há, porém, muitas vivências de fato experimentadas por minha família. Uma família de negros pernambucanos que tiveram que lutar muito para que a sorte se transformasse e as coisas pudessem melhorar. É uma obra que respira e transpira muitas dores e alegrias reais”.

Esta é a terceira vez que Carlos ganha o Prêmio IAP. Em 2003, ele venceu a categoria dramaturgia com o texto da peça “Nu Nery” (cuja montagem já foi apresentada em Recife, graças à Caravana Funarte Petrobras de Circulação Nacional). Em 2008, outra peça sua foi laureada: o texto “Batista”. “Senhora de Todos os Passos” é o segundo romance escrito por Correia. O primeiro, “Velas na Tapera”, venceu o Prêmio Dalcídio Jurandir, promovido pela Fundação Cultural Tancredo Neves, em 2008, e foi lançado em Lisboa, no último mês de junho.

CONQUISTAS

Os últimos anos têm sido produtivos para Correia. Além do recente prêmio do IAP, de ter lançado “Velas na Tapera” em Portugal, na FNAC Chiado (o escritor é representado na Europa pelos produtores Fercy Nery e Rita Pestana), de ter duas peças suas apresentadas com bastante êxito em São Paulo (“Perfídia Quase Perfeita” e “A Fábulas das Águas”, montadas pela Cia. Fé Cênica) e de ver outros dois espetáculos seus recentemente montados com grande receptividade em Belém (“Acorde Margarida” e “Batista”) Correia conquistou o segundo lugar geral da quarta edição do concorrido Seleção Brasil em Cena, edital de fomento à nova dramaturgia brasileira, promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro (CCBB). Carlos foi o único autor da região Norte escolhido para o projeto. O certame selecionou também um escritor do Nordeste. Os demais foram das regiões sul e sudeste. A obra com que Carlos Correia foi destacado é o monólogo “Um é Multidão”. Essa foi a segunda vez que o paraense participou da iniciativa. Em 2007, o escritor também foi selecionado para o concurso justamente com sua comédia “Perfídia Quase Perfeita”.

Criado para propiciar o contato do público com novas dramaturgias e estimular o intercâmbio entre autores, atores e diretores contemporâneos, o Seleção Brasil em Cena permite com que os 12 textos selecionados em cada edição ganhem leituras dramáticas dirigidas por grandes nomes da atual cena teatral brasileira. O texto de Correia foi dirigido por Gilberto Gawronski, ator e diretor vencedor de importantes prêmios, como o Mambembe e o Sharp. Em 2007, a obra do nortista foi dirigida por Stella Miranda, que viveu a síndica do humorístico Toma Lá Dá Cá, exibido na Rede Globo. Apresentadas no próprio CCBB Rio, as leituras dramáticas foram realizadas por alunos formandos em escolas de teatro da capital carioca. Ao final de cada leitura, o público atribuiu notas. Os espectadores deram a Correia o segundo lugar geral na competição.

EUROPA

A literatura é bandeira capaz de estreitar fronteiras. E Carlos Correia Santos pode comprovar isso em sua estada no continente europeu em 2011. Seu livro “Velas na Tapera” foi lançado em Lisboa junho daquele ano em um evento realizado na FNAC Chiado, com o apoio da Embaixada do Brasil em Portugal. Parte integrante do projeto “Recital Mais Brasil: Da Amazônia para o Mundo”, criado pelo produtor cultural e músico Fercy Nery (representante de Correia no território lusitano, ao lado da pesquisadora Rita Pestana, antropóloga e membro da direção do Núcleo de Lisboa da associação EpDAH), a programação contou com declamação de poemas de Carlos ao som de clássicos do cancioneiro brasileiro e sessão de autógrafos do romance. A execução musical esteve a cargo do próprio Nery e do baterista pernambucano Attila Argay. A sala que acolheu a programação ficou lotada e a apresentação foi aplaudida de pé. A obra passou, então, a figurar na prateleira dos destaques da livraria da FNAC Chiado.

Após o evento na FNAC, Correia seguiu viagem por Espanha, Itália, França, Bélgica, Suíça e Áustria, realizando pesquisas para novos romances e, no final de junho, retornou a Lisboa para mais dois eventos. No dia 30, participou de um jantar especial realizado na sede do Centro InterculturaCidade, dirigido por Mário Alves, membro da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (Animar). No encontro, Correia falou sobre sua obra, sobre as peculiaridades culturais da Amazônia e firmou contato com artistas europeus e africanos, como o célebre ator e dramaturgo português Helder Costa (autor de espetáculos teatrais já montados em diversas cidades do mundo) e o cantor e compositor angolano Gonçalves Correia, o Chalo.



TRECHO DO ROMANCE

“SENHORA DE TODOS OS PASSOS”



(...) Como renasci? Dos confetes, serpentinas, sacudidos de pernas e braços. Do ter que ir. Oxi, mais que tudo, negra nordestina entendi-me, ora pois. Fiz do já ido poeira. Do ódio, fogo. E segui.

Sinto de novo o peso da trouxa de roupa sobre o juízo...

Gargalho.

Eita, peste! Dá para escutar? Ponha-se reparo! Ó!... Vôtes!... Dá para escutar não? Espia só: é o frevo! É Carnaval. Saudade tanta... Carnaval em Olinda naqueles idos era já estirão de festa num mar de cores. Alegorias e criaturas de todas as cores. Um mar até maior que o das praias do Carmo e dos Milagres. Pulos de caboclinhos na marcação das preacas, a fazer estalar as setas contra os arcos. Tão lindos caboclinhos com seus cocares, saias e adereços feitos com penas de avestruz e pavão. Pulavam os caboclinhos. Pulavam as cores dos maracatus rurais. O fabuloso excesso de detalhes, panos e tons dos tão brabos e tão poéticos caboclos de lança. Suas evoluções, as fitas dançando no ar. O mistério dos palhaços mascarados, a traquinagem das almas. Cores para danar! Pulos, cantorias, muita gente nas ruas. Gente feliz. Eu idem.

Com a trouxa de roupa lavada em cima da cabeça, eu descia a ladeira da Prefeitura misturada à abençoada promiscuidade do carnaval olindense. Ia na correnteza do bloco criado pelos meninos do Amparo e dos Quatro Cantos. Pitombeiras. Ê, gota serena. Coisa boa de lembrar. Eu ia. Os clarins fazendo meu sangue arder de vontade. Queixo erguido, muito mulher, muito senhora, equilibrando o peso do meu esforço sobre o quengo. Equilibrar uma ruma de roupa engomada em meio ao frevo? Uma ciência da qual só as fêmeas de muita labuta – pernambucanas legítimas – são professoras.

E, assim, eu ia. Toda digna de mim mesma. Vestido de rendas e brocados? Não mais. Naquele então, a saia rodada e a blusa com manga de coco que os poucos tostões me permitiam comprar. Coisa muito mais modesta que as peças sustentadas pelos pixains. Agora não mais coroa de pixains. Apenas perfumada maçaroca, presa por tiras.  Esmeraldas e rubis como enfeites? Fim disso. Somente em cada orelha as argolas douradas compradas com o suor de muito joelho esfolado em faxina de chão e muita mão rachada por sabão em pedra. 

Com a trouxa na cabeça, eu descia a ladeira capturada pelo agudo dos instrumentos da fuzarca. Eu podia ter evitado a troça? Até sim. Mas não resisti. Emburaquei na multidão. Ainda tinha muito a fazer no dia, mas resisti qual o quê!

Já que era parte do caminho mesmo para o Convento de Santa Teresa, fiz do rumo do bloco o meu também, né, não? Oxi, com o peso dos panos aprumado pelo toitiço, eu tinha que me conter um tiquinho, mas ia sacudindo os peitos.

Num manso, rio.

Junto, ao redor, por todo lado, rostos do meu folclore pessoal em Olinda. Entre risos e estripulias, o inesquecível Bajado. Tão lindos os cartazes de filme que ele pintava. Tão linda a homenagem que ele fez ao fim dos Donzelinhos. Recordo a canção que se cantava quando a turma se retirou da folia de Momo...

Adeus carnaval de Olinda

Cidade tradicional

Os donzelinhos com saudade imensa

Pedem licença para se afastar...

Adeus, adeus para não mais voltar

Eita...

Esbaldando-se ali adiante, Moreno Furacão. Uma lenda da cidade. Não havia nas ondas de lugar nenhum pescador mais cheio de presepadas e causos. Aqui, costas no frio do chão, revejo-o se quebrando no frevo e o revejo também jurando que sua isca já havia fisgado o maior melro do universo, uma infinidade de quilos. Revejo-o contando que já nadara duas noites e um dia para se salvar de um naufrágio em alto-mar. Muito minto, mas aquele sujeito... Num manso, rio.

De repente, entre os clarins de Momo, um berro dirigido a mim:

- Larga essa trouxa, mulé! Vem te espalhá!... – Gargalhada esfarrapada, manteúda do exagero mesmo.

Era Quenga Nora. Sacudo-me a rir. Minha vizinha na Ribeira. Vizinha do meu quartinho de três paredes na Ribeira. Uma das quengas mais cômicas da Cidade Alta. Como me adoravam as “mariposas” da Cidade Alta. Quase toda sexta-feira à noite, antes de saírem para a ronda, iam comer inhame e tomar café mais eu. Pediam para eu contar sobre o Zeppelin, sobre Corisco e Dadá. Eu contava. E inventava. E aumentava e muito mentia. Quenga Nora era sempre a mais ouriçada. Ê, criatura amolestada. Fulana boa d´alma, visse? Galega dos cabelos alourados e olhos verdes, jurava que era descendente dos holandeses, que era, inclusive, da família de Nassau. Sacudo-me a rir.

Gritei de volta:

- Posso não, nega! Estou aviada pra me livrar desses trapos. Tenho ainda que ver minha boneca...

A cara cheia de mungangas e muxoxos, a doida perdeu-se na massa.

Em outro de repente avisto, só vendo a bagunça passar, escoradinho nas portas da igreja no final da ladeira, meu querido amigo Fantasia. Outra lenda dos meus ontens. Que imagem inesquecível tinha aquele cristão. Mistura fascinante de macho-fêmea. Pele mulata luzente. Longuíssimos cabelos vermelhos de tanto que o sol queimara.

Sobrancelhas sempre finas, indícios de batom nos beiços. O figurino? Juro, confesso: vestia-se o dia inteiro, todo dia, com terno de linho, todo abotoado até o pescoço. Os pés, porém, eternamente descalços. Andava aquela cidade toda, de cabo a rabo, sem nunca ter destino certo, vagava apenas. De onde vinha, onde dormia, se tinha família? Nunca se soube. Sua maior diversão? Bater às portas das casas e pedir livros. Tudo lia, tudo. Depois abandonava as brochuras nos bancos das praças. “Adoro saber que alguma pessoa vai encontrar literatura em seu caminho... Apenas ajudo”, fraseava que nem felino entre risos macios. Virava e mexia, aparecia com algum roxo nas fuças. Falava não. Contava nada.

Eu deveria ter perguntado, Virge Santa... Por que nunca perguntei, investiguei, mostrei alguma preocupação, meu Pai?

Quando já rente ao bichinho, sem que ele me visse, deixei um cochicho em seu ouvido:

- Só de olho nos cabras, né, seu dono?

Mão apoiando-se no peito, punho quebrado com tão linda elegância, Fantasia mostrou todo seu susto:

- Afe, menina. Quer me matar, Maria?... – Fazendo charme. Riso entre os lábios pintados – Me respeite, sua dona... Sou um cavalheiro, sabes disso!

Nossas risadas cínicas. Risadas livres. Passarinhos a rasgar o som da turba e subir ao sol escaldante.

Comia no centro o frevo. No rosto de Fantasia fiz um afago e segui. O bloco se concentrou em frente ao mercadinho Chaves e eu, por fim, me desgarrei. Soltei-me do carnaval e parti bairro do Varadouro adiante (...)