quinta-feira, 25 de junho de 2009

ÚLTIMOS DIAS DE QUATRO VERSUS CADÁVER

Não perca a chance de matar... o lugar comum. Último final de semana da primeira temporada de QUATRO VERSUS CADÁVER. Textos de Carlos Correia Santos, Edyr Augusto Proença, Rodrigo Barata e Saulo Sisnando. Quatro autores envolvidos num mesmo crime. Direção: Saulo Sisnando. Sábado, às 21h, e domingo, às 20h, no Teatro Cuíra (Riachuelo, esquina com a Primeiro de Março, Belém, Pará). Não cometa o crime de perder.

terça-feira, 23 de junho de 2009



REPRODUÇÃO DE ENTREVISTA CONCEDIDA AO BLOG COPULÊTERA DE SHEILA MAUÉS

Carlos Correia, escritor brasileiro, “mordescreve” e se descreve para o Copulêtera.

Por Sheila Maués

Mini-bio: Carlos Correia Santos é um artista da palavra (Poeta, contista, cronista, dramaturgo, roteirista e romancista). É também um agitador do cenário cultural do Pará, além de jornalista e pessoa engajada na luta pela promoção da leitura entre os jovens. Ganhador de vários prêmios regionais e nacionais escreveu “O Baile dos Versos” (poemas), “Poeticário” (poemas), “Nu Nery” (teatro), “Ópera Profano” (teatro), “Nu Nery” (teatro) e “Batista” (teatro), dentre outros. Mas nada, nem ninguém, pode falar melhor sobre ele do que ele mesmo...

1. Por que você faz Literatura?

Para (sobre)viver. Literalmente. Sempre conto que, em essência, sou muito tímido. Fui daqueles jovens muito reservados. E descobri na arte uma via colossal de comunicação. De tornar comum o que penso e quero dizer. E, assim, tentar causar algum afeto. No sentido de afetar mesmo. Positiva ou negativamente. Faço Literatura porque a Literatura me refaz.


2. Como está a Literatura no Pará?
Ainda lutando para ser. O que é um escândalo. Como é possível, depois de gerações de mestres - como Bruno, Tavernard, Faustino e Dalcídio - ainda termos que admitir que as letras no Pará permanecem lutando para ser? Mas é assim que vejo. Os autores são desconhecidos largamente. Suas obras ganham quilos de poeiras em algum lugar ainda distante do sol da massa leitora. Enquanto tudo isso se dá, as pessoas se acotovelam, matam e morrem para “tirar o pé do chão”, em alguma mega arena diante de uma mega atração baiana. Nada contra quem queria o gozo do entretenimento. Eu quero também. Sou do meu tempo e não nego que sou também fruto da sociedade do orgasmo. Mas, minha gente, depois dos orgasmos pode haver também o compromisso do amor. Mas o problema é esse: o paraense não se ama. Costumo fazer um alerta: é preciso parar e entender essa ordem que os axés nos dão: tire o pé do chão. Quem diz amém a esse comando, perde as raízes. E ler é, sobretudo, enraizar-se. Parar diante de um suporte exigente como livro e a ele dar nossas raízes do ficar, destrinchar, magicar, entender e recriar o que o autor propôs.

3.Você é um bom poeta?
Espero nunca ter essa resposta. Sabes por quê? Porque responder isso – um sim, ou não – seria admitir um limite. Eu sou até aqui. E eu não quero jamais isso. Quero me experimentar até a última letra da última estrofe quando a vida disser: acabou, Carlos. Sobe. Quero morrer me sentido inconcluso. Até porque a arte exige esse condão: o artista é o vetor que só se completa com a apreciação do público (leitor, espectador).

4.Você é um dos autores mais premiados do Pará e talvez, do Brasil. Qual o real significado dessas premiações pra você?
Entendo os prêmios como fortuna crítica. Sou total vassalo do olhar crítico. Até para dar mais suporte ao que disse acima, a crítica é essencial. O artista atual – especialmente o da minha terra – vive os tempos do sepultamento da crítica. Ninguém mais te esquadrinha, atira pedras construtivas, aponta dedos provocativos ou te sopra dicas amadurecidas. Não. Só o silêncio da complacência tola. Até porque pouco se tem preparo e respaldo para criticar. E o que são os prêmios? São bancadas de especialistas que se reúnem para avaliar. Nisso, para mim, está uma das preciosidades dos concursos. Eu só busco os muito sérios. Sim porque há inúmeros enganosos. Fujo deles. Só participo dos que vêm de instituições gabaritadas e que garantem julgadores experientes. Submeto-me a analise dessas bancas. Quero ver o que elas me dizem. Porque eu quero me comunicar sem fronteiras. Claro que não vou ser hipócrita e dizer que não me interessam os valores pecuniários. Sou profissional da palavra. Não faço isso por mera distração. E quando ganho vinte mil reais com um texto literário, por exemplo, sinto um baita orgulho de mostrar: arte também paga contas, sim. O carro que dirijo hoje foi literalmente escrito por mim porque foi comprado com dinheiro de premiação.

5. É difícil publicar textos literários no Pará?
Depende do crivo. Em essência, é fácil. Tu pagas uma gráfica e públicas. Mas isso é válido? Qual o peso que tem eu me avaliar e dizer sou bom, vou me publicar? Acho complicado. Editoras nós não possuímos. Elas teriam um processo mais significativo porque têm – ou teriam – uma comissão avaliadora da qualidade do trabalho. Porque a questão é toda essa. Qualidade.

6. Você já idealizou e viveu vários projetos de incentivo à leitura. Quais foram os que mais te deram satisfação ou frustração?
Todos me deram muita satisfação, especialmente o saudoso Café com Verso e Prosa. Recebo até hoje lindas manifestações de jovens que foram platéia do Café e atualmente são professores, escritores. Recebi uma mensagem, via Orkut, de uma moça que está na França atuando como professora de Letras. Ela disse que o projeto foi uma grande motivação em sua carreira. Não é lindo? Agora quais desses projetos mais me frustraram? Todos. Difícil entender? Explico: o belo mesmo seria nunca ter sido necessário fazê-los. Em essência, é frustrante ter que mendigar atenção e (re)conhecimento sobre um ofício tão poderoso quanto a arte literária.

7. Se pudesse, o que você mudaria no cenário cultural do Pará?
Esse lamentável e eterno sentimento de colônia cultural que ainda nutrimos.

8. Cinema para o Carlos...
Amo cinema. Há quem diga que muito da minha escrita tem pendões de imagem. O cinema foi sempre, sem dúvida, uma das minhas maiores fontes de inspiração. Escrevo roteiros de curta. Já ganhei prêmios com isso. Já tive contos adaptados para o audiovisual. Quanto aos gêneros, sou eclético. Só não cedo, de modo algum, espaço nas minhas estantes para esses filmes de terror-hemorragia. Não suporto. Cito dois filmes que me marcaram muito: Central do Brasil e o Show de Truman.

9. E Música?
Ah, outra mãe de lirismo. A música. Procuro música nos meus versos. Ou por outra, juro melodia para o que escrevo. Pelo menos, tento. Tento muito. Toco violino e violão e também fiz flauta doce. Estudei música. Fiz musicalização e essa experiência se tornou um abençoado fado na minha escrita. Consciente e inconscientemente uso técnicas rítmicas no que crio nas letras. Além disso, acabei por ganhar o presente de me tornar parceiro de grandes nomes do nosso cancioneiro, como Nilson Chaves, Lucinnha Bastos, Renato Gusmão e Firmo Cardoso. A música é estrada por onde caminham minhas palavras. Sou alucinado por Zeca Baleiro, amo Chico Buarque até a última nota, Roberto Carlos me comove, adoro New Order, Beethoven, Ravel e Dvorak me hipnotizam. Ah... Tanta coisa... É até cruel listar assim. De muitos, não vou lembrar agora... Ah, tanta coisa...
10. Teatro?
O teatro é um bandido que me roubou de mim. Jamais vou perdoá-lo. E justamente por me sentir nessa doce prisão é que me sinto feliz. Que bom é não ter perdão esse sequestro do qual fui vítima. Que bom. O teatro, na origem da palavra, é o lugar de ver. Te atrium. Por tal, é arte que permite uma das mais imediatas e colossais comunicações entre texto e público. Emissor e receptor ali, confrontados sem ser possível fugir. O que funciona, funciona. O que não funciona, não tem sucesso e pronto. Hoje, costumo dizer que não acompanho mais meus textos em cena, no palco. Eu sou espectador das reações muitas das platéias. Além disso tudo, sou fascinado por esse bicho horrivelmente vaidoso e tão belamente vetorial que é o ator. Escrevo dramaturgia para os atores, para desafiá-los. Um duelo sem freios e temores. Minha palavra e a fala do ator. Amo. Amo muito.

11. Recentemente você mudou completamente o visual. Há uma motivação para essa atitude?
Não consigo viver sem me reinventar. Quando penso que eu mesmo já virei um enredo sem graça, percebo ser hora de criar alguma nova curva narrativa em mim. Então, fui dos 110kg aos 73kg. E ainda vem mais por aí. Ou outra, menos (Risos). Quero chegar aos 70kg. O que acontece é o seguinte: ser é viver sob a forma de narrativa, não é verdade? Somos, cada um de nós, uma narrativa. Quando olhamos, contamos. Quando calamos, criamos capítulos. Quando sorrimos, somos personagens. Quando ficamos, viramos lugar. Quando existimos, viramos tempo. Somos uma narrativa. E, como tal, precisamos nos reescrever sempre. Então, decidi virar um algo novo. Fui para a musculação, desenhei o corpo todo. Pus tatuagens, brinco. Ué, por que não podemos unir Atenas e Esparta? E, veja: amo a reação que isso causa nas pessoas. É aquela minha velha necessidade de me comunicar, causar afetos. Claro que nisso tudo há também o fator saúde. Quero viver mais, quero escrever mais, não é mesmo?

12. O que as pessoas precisam saber sobre você, que ainda não sabem?
Apenas que, assim como elas todas, minha meta de vida é tentar saber coisas sobre mim que nem eu nem ninguém ainda sabe.

13. Você gostaria de meter o pau em alguém ou em alguma coisa?
Ah, sim, eu sou brabo. Pode não parecer, mas sou muito. Dá uma vontade louca de meter o pau em quem decide meter o pau no outro sem conhecê-lo, por mera leviandade. Mas aí eu lembro que tenho tanta coisa para escrever. E penso: coitadinhas dessas pessoas. Se elas fossem um bom enredo na vida não se perderiam tanto tentando ditar a vida alheia.

14. Quem é Carlos Correia, sozinho, diante de um espelho?
Ele é simplesmente: Alguém que não fala.Diz.E não fala nada.Alguém que não se quer. E quis. E só quer estrada. Pois sou feito alguém que só está de passagem. Com passagem marcada.

sábado, 20 de junho de 2009

O IDIOMA DE UMA PARCERIA


Clipe da canção TODAS AS LÍNGUAS, parceria de CARLOS CORREIA SANTOS com NILSON CHAVES. Intérprete: JULIELE. Bateria: EDVALDO CAVALCANTE. Contrabaixo Acústico: ADELBERT CARNEIRO. Piano: EDGAR MATOS. Guitarras: DAVID AMORIN. Violão de Aço e Arranjo: NILSON CHAVES. Edição de Imagens: CARLOS CORREIA SANTOS.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

NÃO COMETA O CRIME DE PERDER









Sucesso de público consagra ousadia de Quatro Versus Cadáver

Por Fábio Gomes - Assessoria de Imprensa Brasileirinho

Continua em cartaz no Espaço Cuíra até o final deste mês Quatro Versus Cadáver, peça que nasceu como um desafio. O diretor Saulo Sisnando propôs aos dramaturgos paraenses Edyr Augusto Proença, Carlos Correia Santos e Rodrigo Barata partirem do mesmo tema: em San Francisco, Califórnia, em 1944, um corpo é encontrado numa biblioteca. Os suspeitos são uma loira má, um galã dissimulado e uma criada. Também era necessário observar a duração de 20 minutos para contar a história; afora isso, cada autor teve ampla liberdade para determinar quem seria o culpado, qual a arma utilizada e o motivo do crime. O público de Belém mostrou-se receptivo à ousadia da proposta, lotando o Cuíra no final de semana passado e transformando o espetáculo no assunto teatral da semana na cidade.

Carlos Correia Santos tem sido constantemente premiado por seus textos teatrais; em abril, Theodoro recebeu o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2008. O texto que escreveu para Quatro Versus Cadáver, "Quem matou minha personagem?", é sua primeira comédia. Inspirado no universo de Agatha Christie, Correia faz uma experiência de metalinguagem, resultando numa trama surreal que brinca com o próprio teatro e com o ego dos atores em cena.

O toque regional do espetáculo surge em "O caso do Muiraquitã Verde", de Edyr Augusto Proença, o consagrado autor de "Laquê" e "Toda Minha Vida por Ti". Uma pedra preciosa, com funções mágicas - “o misterioso Muiraquitã Verde" - é um dos pontos chaves da história que conta com um detetive da estirpe dos vividos no cinema por Humphrey Bogart, numa homenagem ao filme O Falcão Maltês, de John Huston.

Já Rodrigo Barata, inclui no mistério a demoníaca freira Sister Bloodmary, que comanda com rigor um sombrio convento europeu. Em "O estranho", a morte do adolescente mais rico de San Francisco é tramada pelos gêmeos Celeste e Justin.

Coube ao próprio Saulo Sisnando escrever a história final, "A Querida Irmã", juntando elementos das outras três - o Muiraquitã verde, a Metalinguagem e Sister Bloodmary -, tendo como inspiração ainda o antigo jogo de tabuleiro "Detetive", sucesso entre as crianças no começo dos anos 80.

SERVIÇO:

Com textos de Carlos Correia Santos, Edyr Augusto Proença, Rodrigo Barata e Saulo Sisnando. Direção: Saulo Sisnando. Elenco: Adelaide Teixeira, Gisele Guedes, Luíza Braga, Marcelo Sousa, Rony Hofstatter, Saulo Sisnando e Flávio Ramos. Contra-regra: Nayla Portal. Iluminação: Sonia Lopes. Sonoplastia: Leonardo Cardoso. Espaço Cuíra (Riachuelo esquina com 1º de Março - informações: 91-8177-3344) - sábados, 21h; domingos, 20h, até 28/6.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A BELA FLOR DE UMA LINDA FLORA













Tulho é um menino feito de entulhos que se apaixona por Linda Flora, a filha do Meio Ambiente e da Mãe Natureza. Não restam dúvidas: o amor dos dois é impossível. Ele é fruto da poluição e ela é tudo aquilo que precisa ser preservado. Um desafio é imposto a Tulho: se ele encontrar a flor mais pura do mundo, conseguirá se transformar e poderá ficar com sua amada. Ao longo da jornada que aceita empreender, o menino de entulhos encontra cômicos personagens encantados, como Bom Ar (O ar cheio de gases e com falta de ar), Mister Grama de Grana (um gramado mal tratado que sonha em se transformar em piso de estádio de futebol) e o Rio Que Nunca Mais Rio (córrego que, de tão sujo, chora um mar de lágrimas).

Esse é o enredo de “Uma Flor para Linda Flora”, peça de Carlos Correia Santos que vem conquistando o público paraense. A primeira montagem do texto aconteceu em 2007, no município de Tucuruí e teve a assinatura do Grupo de Teatro Palha, sob a batuta do diretor e encenador Paulo Santana. O espetáculo vive hoje uma segunda fase, graças a uma nova montagem empreendida pelo Grupo Teatro do Ofício. A atual produção conta com a direção de Luiz Fernando Vaz.

O projeto de Luiz Fernando foi um dos vencedores do Edital Estadual de Fomento ás Artes Cênicas – Prêmio Cláudio Barradas, promovido, em 2008, pela Secretaria de Cultura do Estado do Pará, através de seu Sistema Integrado de Teatros. A nova montagem de “Linda Flora” já foi apresentada, em Belém, na programação cultural do Fórum Social Mundial, no Teatro do Museu Emílio Goeldi, no Teatro Margarida Schivasappa e no Teatro Waldemar Henrique. No município de Salinópolis, o espetáculo integrou a programação paralela do Salão Internacional de Humor.

“Uma Flor para Linda Flora” tem no elenco Leonardo Cardoso (Tulho), Gisele Guedes (Linda Flora), Marcelo Andrade (Bom Ar), Rony Prata (Mr. Grama de Grana) e Diego Rocha (Rio Que Nunca Mais Riu). A cenografia, figurino e maquiagem são de Carlos Henrique.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

ÓPERA PARA PROFANAR O LUGAR COMUM



Cia. de Teatro Em Cores inicia produção do musical Ópera Profano

Texto: ASCOM Cia. Teatro em Cores

No próximo dia 20 de Junho, a Cia. de Teatro Em Cores inicia, efetivamente, a produção do musical Ópera Profano, realizando teste de elenco para o espetáculo. Serão selecionados oito atores-cantores para compor o casting da produção. A dramaturgia, assinada por Carlos Correia Santos e vencedora do Prêmio Literário Cidade de Manaus, trata o Círio de Nazaré sob uma ótica nunca antes abordada: a dos homossexuais frequentadores do Cine Ópera, que fica ao lado da Basílica e à margem da sociedade conservadora. A montagem do espetáculo, entregue pelo próprio dramaturgo às mãos jovens e cuidadosas dos diretores Haroldo França e Guál Dídimo, já conta com os figurinos e maquiagem assinados por Nelson Borges, produção de Adina Bezerra e iluminação de Taion Almeida. A companhia pretende selecionar atores com um bom potencial vocal, já que se trata de um musical. Os interessados devem entrar em contato através do e-mail ciaemcores@gmail.com ou dos telefones 8174-7252 e 9985-7724. O teste acontecerá às 15h, do dia 20 (sábado), no colégio Augusto Olimpio, localizado na avenida Ceará, 595, entre Francisco Monteiro e 2ª de Queluz.

AS PÁGINAS DA BIBLIOTECA MABÚ













“Não há longe que para sempre leve o amor de um coração...”

Você sabe onde se comprova esta certeza? Apenas entre as páginas de um lugar em que se pode folhear a sensibilidade. Imaginem uma grande biblioteca. Um lugar mágico no qual é possível encontrar todos os livros já escritos para as crianças de todo o mundo. Um espaço encantado, com capítulos abertos para sonhos, fantasias e descobertas. Pois esse lugar existe. Pelo menos no teatro. Isso tudo faz parte da peça Biblioteca Mabú, escrita pelo dramaturgo paraense Carlos Correia Santos. Após conquistar o importante Prêmio Funarte de Dramaturgia, categoria Teatro para a Infância e Juventude, o espetáculo ganhou, em Belém, sua primeira montagem. Com direção assinada por Lúcio Martins, a peça teve no elenco Gleyson Almeida, Genylson Souza e Edson Monteiro. A produção é de André Monteiro e a realização da Companhia de Teatro Amazônica.

Biblioteca Mabú cumpriu sua primeira temporada no Teatro do Museu Emílio Goeldi nos dias 06, 07, 13, 14 e 21 de junho. Em agosto, o espetáculo volta para uma nova jornada de apresentações no mesmo espaço. E uma outra temporada para outubro também já está programada.

terça-feira, 16 de junho de 2009

TEXTO PUBLICADO NO BLOG VERBEAT - SOBRE QUATRO VERSUS CADÁVER



CENA DE "QUEM MATOU MINHA PERSONAGEM?"
De Carlos Correia Santos



CENA DE "O CASO DO MUIRAQUITÃ VERDE"
De Edyr Augusto Proença



CENA DE "O ESTRANHO"
De Rodrigo Barata



CENA DE "A QUERIDA IRMÃ"
De Saulo Sisnando

Abaixo comentário sobre o espetáculo Quatro Versus Cadáver publicado no blog http://www.verbeat.org/blogs/ishak/



Quando recebi o email de carol gama anunciando a estréia da peça quatro versus cadáver, confesso que fiquei ressabiado. fazia anos que não ia a uma peça autoral em/de belém (paixão barata e madalenas, vejam só, tinha sido a última) e, sejamos francos, um tanto culpa de cacá carvalho. bloqueou. não me perguntem por quê. o teatro era o porquê. sempre me pareceu que as atuações eram forçadas, os textos fracos. em suma: faltava-me tesão (novamente, paixão barata e, arranha o disco, cacá carvalho). enfim: a proposta dessa peça acabou me chamando a atenção:

"No início do ano, o escritor e diretor teatral Saulo Sisnando desafiou aqueles que ele considerava os mais expressivos autores teatrais paraenses da atualidade: Edyr Augusto Proença, Carlos Correia Santos e Rodrigo Barata, a resolver, em pouco menos de 20 minutos, um crime quase insolúvel".

conhecia o edyr dos livros. o rodrigo, da vida. saulo e carlos, de nome e vista (saulo, balangandou por entre madalenas e, carlos, via carolina miranda e afazeres). ainda assim. precisava de um motivo maior pra me tirar da fossa aberta em frente à tevê. parti pro elenco e descobri gisele guedes, quem trabalhou comigo na gravação do clipe da madame saatan na vila da barca. ok, batata frita. bora tirar essa bunda seca da poltrona e pagar pra ver.

não posso escrever um tratado sobre a peça agora, tenho de levar filha e irmã mais nova pra ver o filme de hannah montana e elas fazem questão de me lembrar a cada linha que estamos atrasados. mas, por enquanto, digo o seguinte:

1 - dei o braço a torcer (em tempo pós-montana: o espaço cuíra, pra começo de conversa, é o que podemos chamar de foda, no melhor dos sentidos. "teatro de bolso", como disse uma amiga hoje no bar com propriedade intuitiva que só uma mulher que não faz a mínima idéia do que esteja falando pode ter, dos mais aconchegantes. segundo, fica na porra da riachuelo. como se o parlapatões fosse pra augusta - sendo bonzinho. na esquina do teatro, desde trombadões viciados em crack a prostitutas viciadas em crack. há sempre, claro, o inconveniente de poetas bêbados capazes de bater punheta com o pau dos outros e CANTAROLAR um poema de drummond em troca de um real pro bonde, mas disso dá de um monte também na roosevelt. indo ao ponto: um espaço daqueles merece uma peça que, pelo menos, se dê ao trabalho de tentar chegar à altura);

2 - os quatro textos cumpriram seu papel (aqui, uma visão bem particular minha. não sabia muito bem o que esperar e, no jogo de tabuleiro, acabei embaralhando as peças. posso dizer que me surpreendi em alguns tantos momentos durante os oitenta minutos. e esse era o papel). são engraçados - uns mais que outros, a bem da verdade, mas o conjunto é bem amarrado (no fim das contas, é uma empreitada de um sujeito de trinta e um anos, levada a cabo por novos veteranos. é a morte de cacá carvalho. uma nova geração que dá as caras à tapa e correlata até a retomada ainda tímida do cinema paraense. já quer dizer muita coisa);

3 - o dramaturgia paraense contemporânea não se resume a dira paes, graças a deus (observem que não estou me queixando do lado prático, pelo contrário. fosse assim, teria posto rosa maria murtinho na roda. ok, bestas. só pra noiar [não é, não]) - adelaide teixeira (mais pra frente), gisele guedes (garota multiuso, do tipo que nasceu pro teatro e suas vertentes), luíza braga (honra o sobrenome, mas, mais do que isso, não dá pra dizer, foi bem rápida sua apresentação, assim como) marcelo sousa (o marinheiro, de quem digo o mesmo, fora a parte do sobrenome), rony hofstatter e flávio ramos (ainda quero ver uma peça só com os dois no palco) mandaram bem;

4 - que me desculpe minha amiga gisele (foi a primeira vez que a vi atuando pra valer), mas a surpresa da noite ficou mesmo por conta da adelaide. nem precisava dela entrando no palco com uma faixa na cabeça quando começou a tocar "i left my heart in san francisco" nos primeiros minutos do terceiro ato (a barata que pousou em seu ombro direito nos primeiros segundos do primeiro ato já era merda o bastante [não, ela cagou pra barata]. timing perfeito. presença de palco. entonação na medida. linda, a diaba. inda quis a barata). nem precisava ter encontrado a mesma adelaide, hoje cedo, numerando com tinta branca as árvores da avenida nazaré (minha vida parece ser movida por coincidências [e pessoas malucas. ainda não posso e nem saberia dizer se a numeração tem explicação lógica ou se é só proposta, mesmo. mas, putaquepariu. pra matar a questão "das coisas que só acontecem com caquisraque", dei TRÊS voltas no quarteirão pra confirmar que, sim, a garota de vestido lilás e chapéu caqui de tricô que vi a sessenta por hora de costas pintando uma árvore era a mesma que tinha subido ao palco na noite anterior e, putaquepariu]). nem precisava. no que depender de mim, ela já é minha sofia (ou liessa, a definir [e definições me deixam tranqüilo, tranqüilo). sem compromisso;

5 - hoje (ontem, que já é segunda), tem mais (fim-de-semana que vem e os outros de junho. espera). às oito da noite (aos domingos. sábado, às nove). e continua durante todo o mês de junho (já disse isso. ou repeti). faça um favor a seu humor: vá;

6 - ok, garotas, cinema.

domingo, 14 de junho de 2009

JÚLIO IRÁ VOAR VOLTA À CENA



Apresentação especial da peça em Belém abre a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Por Fábio Gomes - Assessoria de Imprensa Brasileirinho

O lançamento em Belém (PA) da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia será marcado por uma apresentação especial da peça Júlio Irá Voar, do dramaturgo Carlos Correia Santos, nesta terça-feira, 26 de maio, num evento para convidados. A cerimônia deve contar com a presença da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, e do pesquisador Luis Carlos Bassalo Crispino, que fará uma palestra sobre o poeta, jornalista e inventor cuja trajetória é retratada na peça, Júlio Cezar Ribeiro de Souza, descobridor dos princípios da Aerodinâmica e um dos quatro grandes gênios mundiais da navegação aérea.

Paraense de Acará, Júlio Cezar Ribeiro de Souza (1843-1887) foi um pioneiro na construção do primeiro balão dirigível do mundo, na década de 1880. Mesmo patenteado em vários países, seu invento foi plagiado pelos cientistas franceses Charles Renard e Arthur Krebs, que levaram os créditos, enquanto Júlio Cezar morria pobre e sem o devido reconhecimento. A principal fonte para Carlos Correia Santos reconstituir o drama do inventor foi o livro Memórias Sobre a Navegação Aérea, de autoria do professor Luis Carlos Bassalo Crispino, da Universidade Federal do Pará. Conta Correia:

- Foi graças à paixão dele por Júlio Cezar que consegui coletar os dados que eu precisava para compor a trama. Ele guarda um acervo precioso sobre esse incrível personagem.

Crispino considera o texto de Correia uma importante ferramenta de divulgação dos feitos do navegador, e relata que, ao assistir ao ensaio geral, viveu intensa sucessão de emoções ao ver "a história de Júlio Cezar Ribeiro de Souza representada de maneira absolutamente poética, criativa e comovente", sentindo-se como "parte do espetáculo, imerso na atmosfera criada durante a peça, vivendo cada emoção, cada sentimento. Uma sensação de ser transportado até mesmo para além da própria história de Júlio, fazendo refletir sobre o sentido da existência humana, de como e quando, ao longo da vida, em nossos pensamentos, temos nossos diálogos com sonhos, idéias, verdade, loucura e eternidade”.

Com o texto de Júlio Irá Voar, Carlos Correia Santos obteve o primeiro lugar no Prêmio Funarte de Dramaturgia em 2004. A peça estreou em novembro de 2006, numa montagem do Grupo Palha, de Belém, dirigida por Paulo Santana. Agora em 2009, Santana renovou elenco e proposta cênica do espetáculo, tendo em vista as apresentações que o grupo fará em Brasília em agosto: uma temporada no Teatro do Espaço Cultural da Caixa, e uma sessão especial na sede do Ministério da Ciência e Tecnologia. Em outubro, Júlio Irá Voar participa em Belém da programação oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema este ano é a Ciência no Brasil.

sábado, 13 de junho de 2009

THEODORO GANHA PRÊMIO MYRIAN MUNIZ




Premiação é marco na atual boa fase da carreira do dramaturgo Carlos Correia Santos
Por Fábio Gomes - Assessoria de Imprensa Brasileirinho

Theodoro, de autoria de Carlos Correia Santos, foi uma das peças vencedoras do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2008. O Grupo Palha, de Belém (PA), receberá R$ 20 mil para manutenção do espetáculo, o que possibilita tanto novas temporadas na capital paraense quanto turnês por outros estados. Ao todo, a Funarte recebeu a inscrição de 1.215 projetos de teatro de todo o país. Patrocinado pela Petrobras, o Prêmio Myriam Muniz desde 2006 serve de estímulo à produção teatral brasileira, além de homenagear a memória da atriz integrante do histórico grupo paulista Teatro de Arena, renovador da cena nacional na década de 1950; posteriormente, Myriam dedicou-se à formação de novos talentos, até falecer aos 73 anos, em 2004.

A peça é baseada na vida do artista plástico paraense Theodoro José da Silva Braga (1872-1954), criador da primeira pinacoteca da Amazônia e destaque no começo do século 20 por seu pioneirismo como chargista na Região Norte e pela preferência por temas nacionais na pintura, quando a norma entre os artistas brasileiros era buscar inspiração na Europa. Selecionada no Edital Estadual de Fomento às Artes Cênicas - Prêmio Cláudio Barradas 2008, Theodoro foi montada com financiamento da Secretaria de Cultura do Estado do Pará.

A partir da premiação, anunciada na segunda-feira, 20 de abril, o Grupo Palha passou a estudar uma nova temporada de Theodoro, o que deve ocorrer no segundo semestre, pois a peça esteve em cartaz no Espaço Cuíra, em Belém, de 20 de março a 12 de abril. O diretor Paulo Santana empregou na montagem referências da Belle Époque. A interpretação do elenco, formado pelos atores Luiz Girard, Abigail Alves, Nelson Borges, Arnaldo Ventura, Nelson Oliveira e Ângela do Céo, incorpora elementos do teatro de revista, e mesmo o trailer da peça (vídeo disponível no You Tube, em http://www.youtube.com/watch?v=WZ5klZHU3lM) tem por modelo o cinema mudo, com o acompanhamento musical de piano e letreiros explicativos intercalados entre fotos da montagem e imagens de quadros de autoria de Theodoro Braga, como "Padre Antônio Vieira" (1922) e "A fundação da cidade de Nossa Senhora de Belém do Pará" (1906). O clima de época convive sem choques com o uso de um recurso tecnológico contemporâno - a projeção no fundo do palco de imagens de obras de Theodoro e cenas da Belém antiga.

O autor - O jornalista e escritor Carlos Correia Santos, 33 anos, se propôs mergulhar no legado de personagens histórico-culturais relevantes para a Amazônia e para o Brasil, dentro da linha de trabalho que batizou como Dramaturgia Investigativa. Pertencem a ela seus textos inspirados no pintor Ismael Nery (Nu Nery, sua primeira parceria com o Grupo Palha, em 2006), no inventor Júlio Cezar Ribeiro de Souza (Júlio Irá Voar, também de 2006) e no poeta Antonio Tavernard (Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo, estreada em 2008).

- São personagens que, graças a esse vício que temos de soterrar nossas fortunas artísticas, vinham sendo mais e mais esquecidos. Ver o público redescobrir, encantar-se e emocionar-se com esses artistas é, sem dúvida, o maior e melhor retorno que se pode ganhar. As peças têm feito a imprensa falar desses grandes vultos. Vários projetos pedagógicos nos Ensinos Médio e Superior têm surgido por conta dos espetáculos. No caso de Nu Nery, por exemplo, circulamos por diversas capitais brasileiras, como Brasília, São Luís, Recife e Natal, redespertando as pessoas para o legado de Ismael Nery. No final das contas, percebemos que o teatro tem mesmo um papel social e histórico - afirma Correia.

O prêmio recebido por Theodoro vem coroar a excelente fase teatral vivida por Carlos Correia Santos neste começo de ano. Em março, Correia estreou na direção encenando seu texto Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo. Sobre a experiência, comenta:

- Percebi que, após alguns anos acompanhando montagens de outros diretores, estava na hora de eu mesmo experimentar dirigir. Propor jogos emocionais, propor maneiras de seduzir e comover a platéia é uma experiência única. Decidi que, de agora em diante, vou seguir no exercício de direção. Mas isso não significa que deixarei de firmar parcerias com outros diretores. Acho mágico ver outros olhares reintepretando minhas peças.

Na próxima peça da Dramaturgia Investigativa a voltar à cena, Júlio Irá Voar, o outro olhar reintepretando a peça de Correia é mais uma vez o de Paulo Santana, que alterou bastante a proposta cênica da nova montagem, encenada pelo Grupo Palha, em relação à temporada de 2006. Júlio Irá Voar permanece quatro semanas em cartaz no Espaço Cuíra, a partir de 8 de maio. Antes, será apresentada no dia 6 num evento para convidados no Teatro Waldemar Henrique, durante o lançamento da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, a ser realizada em Belém em outubro. Já está confirmada também temporada desta peça no Teatro da Caixa (Brasília), no mês de agosto.

Ainda neste primeiro semestre, Carlos Correia Santos deve lançar dois livros. O primeiro é Batista, seu primeiro monólogo, vencedor do Prêmio IAP de Edições Culturais. O outro é sua estreia no romance: Velas na Tapera, que ganhou o Prêmio Dalcídio Jurandir na categoria nacional em concurso promovido pela Fundação Cultural Tancredo Neves. Inspirado na história da Fordlândia, uma unidade da empresa americana Companhia Henry Ford Motores e Cia. que foi instalada em plena selva amazônica no começo do século 20, Velas na Tapera tem prefácio do escritor José Louzeiro, autor de importantes romances como Pixote - A Infância dos Mortos e Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia (ambos adaptados para o cinema com grande sucesso).

Sobre a obra teatral de Correia, Louzeiro escreveu: “Seu teatro prima pela criatividade e expressividade do texto. Sem nenhum exagero e muito menos bajulação, eu o considero um dos maiores talentos da nova dramaturgia brasileira.”

Entre os próximos projetos teatrais de Correia, estão as montagens de três peças: Alma Imaginária, retratando a trajetória da escritora Adalgisa Nery, esposa de Ismael Nery, e que o autor define como uma "mulher fundamental para as conquistas políticas femininas no país"; Ópera Profano, texto publicado em livro em 2006 e vencedor do Prêmio Cidade de Manaus 2007; e nova temporada de Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

QUATRO VERSUS CADÁVER - ESTREIA EM BELÉM




Quatro escritores paraenses envolvidos num único crime

San Francisco – Califórnia, 1944. Um corpo é encontrado numa biblioteca. Três suspeitos contemplam o defunto: uma loira má, um galã dissimulado e uma criada. Um deles, sem dúvida, é o culpado... Mas quem? Qual arma utilizou? Quais foram os motivos sórdidos, que levaram o vilão a cometer este assassinato?

Este sombrio argumento, podia gerar, no mundo real, uma história triste e revoltante, capaz de figurar por semanas na mídia. Podia, por outro lado, gerar algum filme americano com Rita Hayworth no papel principal (bom, na verdade, este filme já foi feito). No entanto, em Belém, este argumento deu origem a nova peça do diretor Saulo Sisnando. Se, pelo argumento, já valeria o ingresso, imagine agora juntar no mesmo espetáculo três dos maiores escritores paraenses. Foi isso que aconteceu.

No início do ano, o escritor e diretor teatral Saulo Sisnando desafiou aqueles que considerava os mais expressivos autores teatrais paraenses, Edyr Augusto Proença, Carlos Correia Santos e Rodrigo Barata, a solucionar, em pouco menos de 20 minutos, um crime quase insolúvel. Assim surgiu o espetáculo “Quatro Versus Cadáver”.

Carlos Correia Santos, premiadíssimo autor paraense, dono de peças como “Julio Irá Voar”, “Nu Nery” e “uma Flor para Linda Flora”, mergulhou na metalinguagem e na literatura de Agatha Christie, criando uma trama surreal, que brinca com o próprio teatro e com o ego dos atores que estão em cena.

Edyr Augusto Proença, autor de inúmeros livros e peças como “PRC-5”, “Laquê” e “Toda Minha Vida por Ti”, mergulhou no universo do cinema noir americano, criando uma história que homenageia o clássico de John Huston “O Falcão Maltês”. A trama, digna de ser interpreta por Humphrey Bogart e Lauren Bacall, conecta Belém a San Francisco, através de uma pedra preciosa, com funções mágicas, conhecida como “o misterioso Muiraquitã Verde”.

Indo às origens do cinema noir, Rodrigo Barata, levou a trama à Europa, e a um convento sombrio, rigorosamente comandado por Sister Bloodmary, de longe a maior vilã de todo o espetáculo. Na trama, dois irmãos gêmeos, Celeste e Justin, tramam a morte do adolescente mais rico de San Francisco.

Os vinte minutos restantes, ficaram sob o responsabilidade do próprio Saulo Sisnando, que construiu uma quarta história, que alinhava todas as outras. Uma trama desmiolada, inspirada no famoso jogo de tabuleiro “o Detetive”, bem ao estilo do autor de peças como “Útero”, “popPORN” e “Cartas para ninguém”, que mistura numa mesma sopa, o Muiraquitã verde, a Metalinguagem, presente na peça de Carlos Correia, e, claro, Sister Bloodmary, a freira demoníaca criada por Rodrigo Barata.

Quatro Versus Cadáver não é apenas uma peça, ao longo dos seus oitenta minutos, o espectador assiste quatro histórias, extremamente cômicas, nas quais sete atores se revezam em papeis de gêmeos, freiras, viciados, ladrões, marinheiros, lolitos,heroínas, jogadores, pesquisadores, etc.

Um espetáculo que, além de fazer rir do começo ao final, é uma oportunidade única de conhecer, de uma única vez, um pouco de quatro dos mais presentes autores teatrais paraenses. Uma história complicadíssima cheia de reviravoltas malucas, que vai deixar os espectadores atentos até o ultimo minuto, quando descobrirão que (certamente!) o assassino não será o mordomo.

Todos os sábados e domingos de Junho/2009
No “Espaço Cuíra” – Riachuelo esquina com 1º de Março
21h00 (sábados) e 20h00 (domingos)
Informações (91)81773344

FICHA TÉCNICA:

Direção Geral:
Saulo Sisnando

Textos:
“Quem matou minha personagem?”, de Carlos Correia Santos
“O caso do Muiraquitã Verde”, de Edyr Augusto Proença
“O estranho”, de Rodrigo Barata
“A Querida Irmã”, de Saulo Sisnando

Elenco:
Adelaide Teixeira
Gisele Guedes
Luíza Braga
Marcelo Sousa
Rony Hofstatter
Saulo Sisnando
Flávio Ramos – como “o cadáver”

Contra-regra:

Nayla Portal

Iluminação:

Sonia Lopes

Sonoplastia:

Leonardo Cardoso