sexta-feira, 19 de junho de 2009

NÃO COMETA O CRIME DE PERDER









Sucesso de público consagra ousadia de Quatro Versus Cadáver

Por Fábio Gomes - Assessoria de Imprensa Brasileirinho

Continua em cartaz no Espaço Cuíra até o final deste mês Quatro Versus Cadáver, peça que nasceu como um desafio. O diretor Saulo Sisnando propôs aos dramaturgos paraenses Edyr Augusto Proença, Carlos Correia Santos e Rodrigo Barata partirem do mesmo tema: em San Francisco, Califórnia, em 1944, um corpo é encontrado numa biblioteca. Os suspeitos são uma loira má, um galã dissimulado e uma criada. Também era necessário observar a duração de 20 minutos para contar a história; afora isso, cada autor teve ampla liberdade para determinar quem seria o culpado, qual a arma utilizada e o motivo do crime. O público de Belém mostrou-se receptivo à ousadia da proposta, lotando o Cuíra no final de semana passado e transformando o espetáculo no assunto teatral da semana na cidade.

Carlos Correia Santos tem sido constantemente premiado por seus textos teatrais; em abril, Theodoro recebeu o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2008. O texto que escreveu para Quatro Versus Cadáver, "Quem matou minha personagem?", é sua primeira comédia. Inspirado no universo de Agatha Christie, Correia faz uma experiência de metalinguagem, resultando numa trama surreal que brinca com o próprio teatro e com o ego dos atores em cena.

O toque regional do espetáculo surge em "O caso do Muiraquitã Verde", de Edyr Augusto Proença, o consagrado autor de "Laquê" e "Toda Minha Vida por Ti". Uma pedra preciosa, com funções mágicas - “o misterioso Muiraquitã Verde" - é um dos pontos chaves da história que conta com um detetive da estirpe dos vividos no cinema por Humphrey Bogart, numa homenagem ao filme O Falcão Maltês, de John Huston.

Já Rodrigo Barata, inclui no mistério a demoníaca freira Sister Bloodmary, que comanda com rigor um sombrio convento europeu. Em "O estranho", a morte do adolescente mais rico de San Francisco é tramada pelos gêmeos Celeste e Justin.

Coube ao próprio Saulo Sisnando escrever a história final, "A Querida Irmã", juntando elementos das outras três - o Muiraquitã verde, a Metalinguagem e Sister Bloodmary -, tendo como inspiração ainda o antigo jogo de tabuleiro "Detetive", sucesso entre as crianças no começo dos anos 80.

SERVIÇO:

Com textos de Carlos Correia Santos, Edyr Augusto Proença, Rodrigo Barata e Saulo Sisnando. Direção: Saulo Sisnando. Elenco: Adelaide Teixeira, Gisele Guedes, Luíza Braga, Marcelo Sousa, Rony Hofstatter, Saulo Sisnando e Flávio Ramos. Contra-regra: Nayla Portal. Iluminação: Sonia Lopes. Sonoplastia: Leonardo Cardoso. Espaço Cuíra (Riachuelo esquina com 1º de Março - informações: 91-8177-3344) - sábados, 21h; domingos, 20h, até 28/6.

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